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Evolução Territorial dos Municípios

O Estado de Rondônia, com uma área de 238.512,80 Km2, está inserido na Amazônia Ocidental situado entre os paralelos 7º 58' e 13º 43' de Latitude Sul e os meridianos 59º 50' e 13º 48’ de Longitude Oeste de Greenwich. Está limitado ao Norte com o Estado do Amazonas, a Noroeste como Estado do Acre, a Oeste com a República da Bolívia e a Leste e Sul como Estado do Mato Grosso.

A sua história de ocupação data ainda no século XVII com a penetração das então denominadas ‘Entradas e Bandeiras’ em busca de mão de obra indígena ouro, pedras preciosas e especiarias Destaca-se neste penedo uma Bandeira comandada por Raposo Tavares que chegou até o Vale do Guaporé. Já no século XVIII, os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira. Mamoré e o Guaporé, chegando até a atual cidade de Cuiabá. A presença constante dos Portugueses na região em função da descoberta de ouro em Cuiabá e Vila Bela, gerou a alteração do Tratado de Tordesilhas, no periodo de 1722 a 1747. redefinindo os limites entre Portugal e Espanha, passando a região ser de posse e a defesa dos limites territoriais de Portugal. (IBGE:1975).

No século XIX, houve o surgimento da demanda no mercado internacional de borracha nativa, provocando um grande estimulo á sua produção na Amazônia promovendo o chamado "primeiro Ciclo da Borracha", entre 1877 a 1880 trazendo uni grande contigente de mão de obra para a exploração do látex nas florestas nativas, levando a sensíveis transformação na região. A expansão da produção de borracha no atualmente chamado Primeiro Ciclo da Borracha levou a ocupação por brasileiros de parte do território Boliviano, gerando assim um conflito internacional. Tal fato levou, no ano de 1903. a consumação do Tratado de Petrópolis. para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré buscando viabilizar o acesso da Bolívia ao Rio Madeira, com a saída ao Oceano Atlântico. A Ferrovia foi concluída apenas em 1912, numa extensão de 360 Km. ligando Guajará Mirim a Porto Velho.

Outro fator de produção à ocupação foi a rede telegráfica entre Cuiabá e Porto Velho, concluída em 1915, que buscava evitar o isolamento e o esvaziamento da região. A frente dessa missão estava o então coronel Cândido Mariano da Silva Rondon que utilizou mão de obra do sul do pais, que somados a mígrantes eventuais, criaram povoados nas localidades onde os postos telegráficos foram instalados, além da demarcação de seringais remanescentes do Ciclo da Borracha

Com a implementação da produção da borracha na Malásia. que registraram um grande sucesso no seu cultivo naquele pais, como também a descoberta da borracha sintética originada do petróleo. a colocação da borracha no mercado externo ficou prejudicada e a região Amazônica passou por um período de estagnação, entre 1910 a 1940, ressurgindo apenas em 1043, durante a segunda Guerra Mundial, quando a Malásia ficou isolada da Europa pela ocupação do sudeste Asiático pelos japoneses Tal fato fez renascera importância dos seringais da Amazônia e, desta vez, a exploração foi intensificada com mão de obra dos chamados "soldados da Borracha". Neste mesmo ano, com intuito de povoar e colonizar as áreas de fronteiras, o Governo Federal cria os Territórios Federais, dentre eles o Território Federal do Guaporé. que apenas em 1956 passa a ser denominado de Território Federal de Rondônia Os primeiros dados demográficos registram no final da década de 40 uma população de 36.935 habitantes.

Novos rumos para a ocupação de Rondônia aparecem em 1952 quando o Engenheiro Frederico Hoespken constatou, pela primeira vez, a presença de Cassiterita no Estado. O minério de bom teor e com altos preços no mercado, estimulou os seringalistas e os proprietários de terra, em Rondônia, a uma corrida ao Estanho. Com isso houve nesse período migração intensa de garimpeiros para a descoberta de novas jazidas e para exploração mineral Contudo, a lavra econômica ocorreu apenas em 1959, expandindo-se no começo da década de 60 impulsionando toda a economia local até o ano de 1970. com a exploração da Cassiterita. A partir de 1971 a exploração mineral ficou restrita ás empresas mineradoras, por força do uma Portaria do Ministério das Minas e Energia que proibiu a garimpagem manual. Promovendo a remoção dos garimpeiros de Rondônia.

Em 1968, foi consolidada a BR-264 que permitiu, a partir de 1970, o cicio da ocupação agrícola no então Território Federal de Rondônia que levou a região a um novo ciclo econômico, o Ciclo Agrícola, consolidando o Estado de Rondônia como um produtor agropecuário da Amazônia.

As principais características desse ciclo foi a presença maciça de investimentos federais nos projetos de colonização e a intensificação do fluxo migratório. O efeito imediato deste último fator foi a rápida formação de aglomerados urbanos e a ocupação efetiva ao longo da BR 364, de forma intensa e continua inviabilizando a ação governamental na antecipação para o ordenamento e planejamento adequado da expansão da fronteira econômica no Estado.

Assim, os municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim, criados em 1914 e 1928, respectivamente, foram desmembrados dos estados dc Mato Grosso e Amazonas, e constituíram, nas primeiras décadas do século XX, os principais núcleos de povoamento da região que viria a dar origem, em 1981, ao Estado de Rondônia- (Mapa 01)

Na década de 70, com o expressivo aumento do fluxo migratório convergente de todas as regiões do País para o já então Território Federal de Rondônia, foram criados mais cinco municípios (Lei nº 6.448, de 11/10/77): Ariquemes, Ji-Paraná (ex-Vila Rondônia), Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena, todos eles desmembrados do município de PortoVelho e, no caso de Vilhena, também do município de Guajará-Mirim.(Mapa 02)

Em 30 de janeiro de 1978 foi editada a Lei 81272, estabelecendo os limites dos municípios criados pela Lei número 6.448/77. de 11/10/77, dos distritos correspondentes e dos municípios de Porto Velho e Guajará Mirim. Com isso, cada município passou a ter os seguintes distritos: Ariquemes (distritos de Tabajara, Jarú, Nova Vida), Cacoal (Riozinho), Cuajará Mirim (Príncipe da Beira, Costa Marques, Pedras Negras), Ji-Paraná (Ouro Preto e Presidente Médici), Pimenta Bueno (Espigão do Oeste e Marco Rondon), Porto Velho (Abunã, Calama e Jaci-Paraná) e Vilhena (Colorado do Oeste).

A partir da criação do Estado de Rondônia, muitos desses distritos, dada a sua importância econômica, política e geográfica, foram transformados em municípios, como veremos a seguir.

Em 1981, pela Lei 6.921, de 16 de junho, foram criados os municípios de Colorado do Oeste, desmembrado de Vilhena; Espigão do Oeste (Pimenta Bueno), Presidente Mêdici e Ouro Preto do Oeste, ambos desmembrados de Ji-Paraná; jarú (li-Paraná e Ariquemes) e Costa Marques, no Vale do Guaporé, desmembrado de Guajará-Mirim

A Lei número 86529. de 03/11/81, estabeleceu novos limites para os municípios criados até aquela época no então Território Federal de Rondônia. Eram eles: Podo Velho, Guajará-Mirim, Costa Marques. Colorado do Oeste. Vílhena, Pimenta Rueno, Espigão do Oeste, Cacoal, Presidente Médici. Ji-Paraná, Ouro Pretodo Oeste, Jarú e Ariquemes (Mapa 03)- No mês subsequente daquele ano histórico, a Lei Complementar número 41. de 22/12/81,criou o Estado de Rondônia.

Outros municípios

Os municípios de Cerejeiras e Rolim de Moura foram criados pela Lei número 071, de 05/08/83, desmembrados de Colocado do Oeste e Cacoal A Lei 1.396, de 10/08/83, fixou os limites dos municípios de Cerejeiras, Colorado do Oeste e Rolim de Moura. Em 1983 foram editadas as leis números 005, de 21 de novembro, e 019, de 27 de dezembro, fixando, respectivamente, os limites do município de Cerejeiras e os novos limites do município de Rolim de Moura(Mapa 04)

Em 1986 foram criados mais três municípios em Rondônia: Santa Luzia do Oeste, Alvorada do Oeste e Alta Floresta. Cada um teve sua lei de criação específica. Santa Luzia foi criado pela Lei número l0, de 11/05/86, desmembrado de Rolim de Moura e Pimenta Bueno; Alvorada, pela Lei 103, de 20/05(86, desmembrado de Presidente Médici; e Alta Floresta, pela Lei 104, de 2O/05/80, desmembrado de Costa Marques (Mapa 05).

A Lei nº 157 de 19 de junho de 1987, criou o município de Nova Brasilândia do Oeste, desmembrado de Presidente Médici.(Mapa 06). Em 1988 foram criados os seguintes municípios: Machadinho do Oeste (Lei 198, de 11/05/88) desmembrado de Ariquemes, Jarú e Ji-Paraná; São Miguei do Guaporé (Lei número 200, de 07/06188), desmembrado de Costa Marques; Cabixi Lei número 201, de 07/06/86) desmembrado de Colorado do Oeste; e Nova Mamoré, ex-Vila Nova Lei número 202, de 15106/88), desmembrado de Guajará Mirim (Mapa 07).

Em 1992, foram criados os seguintes municípios: Monte Negro, desmembrado de Ariquemes (Lei no 378192): Govemador Jorge Teixeira, desmembrado de Jarú (Lei 373192); Jamari, desmembrado de Ariquemes e Porto Velho (Lei 264/92): Urupê desmembrado de Ouro Preto do Oeste e Alvorada do Oeste (Lei 368/92): Mirante da Serra desmembrado de Ouro Preto do Oeste (Lei 369/92): e Ministro Andreazza, desmembrado de Cacoal (Lei 372/92). E ainda:

Theobroma, desmembrado de Jarú (Lei 371/92); Alto Paraíso, desmembrado de Ariquemes e Porto Velho (Lei 375/92); Rio Crespo, desmembrado de Ariguemes e Machadinho do Oeste (Lei 376/92); Campo Novo de Rondônia, desmembrado de Porto Velho ( Lei 379/92); Corumbíara desmembrado de Vilhena e Colorado do Oeste (Lei 377/92); Seringueiras, desmembrado de Sâo Miguel do Guaporé e Costa Marques (Lei 370/92); Candeias do Jamari, desmembrado de Porto Velho (Lei 363/92); CacauIândia, desmembrado de Ariquemes (Lei 374/92): Novo Horizonte dc Oeste. entâo Cacaieiros, desmembrado de Rolim de Moura (Lei 365/92):Vale do Paraíso, desmembrados de Ouro Preto do Oeste Lei 367/92), Castanheira, desmembrado de Rolim de Moura (Lei 266/92). todos esses municípios foram criados no dia 13 de fevereiro de 1992(Mapa 08)

Em 1993. os municípios de Vila Nova do Mamoré e Cacaieiros passaram a se chamar, respectivamente, Nova Mamoré e Novo Horizonte. No ano subsequente, mais precisamente no dia 22 de junho de 1994, foram criados mais oito municípios, a saber: Nova União, desmembrado de Ouro Preto dc Oeste (Lei 566/94). São Felipe do Oeste, desmembrado de Pimenta Bueno e Santa Luzia do Oeste (Lei 567/94); Cujubim. desmembrado de Rio Crespo e Jamari (Lei 568/94); Primavera de Rondônia, desmembrado de Pimenta Bueno (Lei 509/94); Alto Alegre dos Parecis, desmembrado de Alta floresta do Oeste e Cerejeiras (Lei 570/94): Teixeirópolis, desmembrado de Ouro Preto do Oeste Lei 571/94): Vale do Anari, desmembrado de Machadinho do Oeste (Lei 572/94): Parecis, desmembrado de Pimenta Bueno (Lei 573/94)(Mapa 09)

Os últimos municípios oriados em Rondônia (em 1995) foram: Chupinguaia, desmembrado de Vilhena e Pimenta Bueno (Lei 644/95); São Francisco do Guaporé, desmembrado de Costa Marques e Seringueiras (Lei 644/95); Pimenteiras do Oeste, desmembrado de Cerejeiras e Cabixi (Lei 645/95); e Buritis, desmembrado de Porto Velho e Campo Novo de Rondônia.(Mapa l0)

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Contexto Geológico

O quadro geológico do sudoeste da Amazônia, mais especificamente da região abrangida pelo Estado de Rondônia, compreende unidades de rachas e sistemas estruturais envolvidos em uma longa história, que se inicia no final do período denominado de Paleoproterozóico (1,8 a 1,6

bilhões de anos), culminando com a deposição das chamadas coberturas cenozóicas num período mais recente (2 milhões de anos até o recente). Durante essa longa evolução (vide figura 1) o ciclo das rochas produziu os três grupos principais: ígneas, sedimentares e metamórficas, que constituem as chamadas unidades geológicas. Essas unidades geológicas organizam-se e distribuem-se constituindo os terrenos tectono-estratigráficos, representados na figura 2.

O Estado de Rondônia foi compartimentado, com base em critérios geológicos, nos terrenos Jamari, Roosevelt e Nova Brasilândia, sendo o primeiro subdividido nos domínios Ariquemes/Porto Velho e Central de Rondônia.

O TERRENO JAMARI - Nesse segmento crustal, agrupam-se os tipos de rocha mais antigas consideradas como pertencentes ao embasamento regional do Estado de Rondônia, historicamente denominado de Complexo Jamari, além de seis grupos de granitóides (Santo Antônio, Teotônio, Alto Candeias, São Lourenço/Caripunas, Santa Clara e Younger Granites de Rondônia), coberturas metavulcano-sedimentares da Formação Mutum-Paraná, coberturas de rochas sedimentares indeformadas da Formação Palmeiral e coberturas sedimentares inconsolidadas do período Cenozóico.

O Terreno Jamari caracteriza-se por um quadro estrutural onde se ressalta a super posição de estruturas em condições de alto grau metamórfico (temperaturas entre 7O0~C e 7500C, relacionados a, no mínimo, dois (2) ciclos de geração ou retrabalhamento de rochas na crosta terrestre (ciclos orogênicos).

O TERRENO ROOSEVELT - A fração crustal aqui abordada é constituída por rochas do embasamento regional - Complexo Jamari, pela denominada Seqüência Meta-vulcano-sedimentar Roosevelt, por uma suíte granítica (Suíte Intrusiva Serra da Providência), pelos corpos máficos relacionadcis àSuite Básica-Ultrabásica Cacoal e por coberturas de rochas sedimentares indeformadas correlacionáveis à Formação Palmeiral ou Prosperança.

Idades obtidas em rochas vulcânicas na região do médio Rio Roosevelt indicam, para este terreno, idades máximas próximas a 1,74 bilhão de anos. As evidências estruturais permitem interpretar que a região foi palco de dois eventos tectônicos: o primeiro entre 1,74 e 1,62 bilhão de anos, em condições metamórficas de baixo/médio grau (temperaturas entre 5000C e 600~C ), e o segundo evento, de idade mais jovem que 1,55 bilhão de anos, em condições metamórficas de baixo grau (temperaturas entre 30000 e 400 0C).

O TERRENO NOVA BRASILÁNDIA - O Terreno Nova Brasilândia éconstituído dominantemente por uma seqüência de rochas ígneas e sedimentares metamorfisadas em condições de alto grau (temperatura em torno de 720 (ºC), denominada de Grupo Nova Brasilândia, por granitóides intrusivos das Suítes Rio Pardo e Costa Marques, pelo Granito Rio Branco, por coberturas sedimentares continentais da Formação Palmeiral e por coberturas sedimentares marinho-continentais Paleo/Mesozóicas dos grupos Primavera e Vilhena associadas ao desenvolvimento da Bacia dos Parecis, cujos preenchimentos são caracterizados por seqüências decorrentes de ciclos marinhos alternados com períodos de continentalização, envolvendo glaciação e desertificação. Muito expressivas neste terreno são igualmente as coberturas sedimentares cenozóicas inconsolidadas relacionadas àevolução da Planície do Guaporé.

EVOLUÇÃO GEOLÕGICA - Do ponto de vista geo-histórico a primeira etapa evolutiva, posicionada entre os períodos Orosiriano/Estateriano, levou à geração dos terrenos Jamari e Roosevelt, e relaciona-se ao chamado Ciclo Orogênico Rio Negro-Juruena e à orogênese acrescionário/ colisional homônima (1,85-1,55 bilhão de anos).

 A segunda etapa evolutiva caracteriza-se por um regime distensivo onde as estruturas extensionais condicionam um expressivo magmatismo intra-placa de natureza sub-alcalina, obedecendo a três pulsos, no período compreendido entre 1.45 e 1,30 bilhão de anos.

A terceira etapa evolutiva pode ser entendida a partir de dois estágios: o primeiro de natureza extensional propiciou o rifteamento intracontinental com evolução para uma margem passiva, apresentando um magmatismo inicial sub-alcalino seguido por deposição em calhas sedimentares, no período entre 1,30 e 1,20 bilhão de anos ; o segundo, de natureza compressional, idade entre 1,15 e 1 bilhão de anos se traduz por um evento tectono-termal de abrangência regional relacionado ao Ciclo Orogénico Sunsás, de características colisionais, que define a Faixa Móvel Sunsás-Guaporé e edifica o Terreno Nova Brasilând ia.

A quarta etapa, também de natureza extensional, desenvolve-se em uma massa já continentalizada, e pode igualmente ser interpretada como constituída por dois estágios: o primeiro atuou no Paleozá iço originando a Fossa Tectônica de Rondônia, com sedimentação continental e marinha associada aos grabens de Pimenta Bueno e Cobrado; o segundo evento, no Mesozólco, reativou parte das estruturas que condicionam a Fossa Tectónica de Rondônia, com sedimentação continental e magmtismo básico associados, culminando com a consolidação dos limites da Bacia dos Parecis.

A quinta etapa relaciona-se à evolução cenozáica regional onde, num primeiro período - Mioceno/Plioceno, a história relaciona-se diretamente à geração da Cordilheira dos Andes, enquanto o segundo quadro tectónico - Pleisto-ceno/Recente, vincula-se à rotação da Placa Tectônica Sul-Americana para oeste. As estruturas geradas por estes eventos tiveram papel importante no modelamento do relevo, desenvolvimento da rede de drenagem e instalação da sedimentação moderna.

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Clima:duas estações

Localizado na Amazônia Ocidental, situado entre os paralelos 70 58’ e 130 43’ de Latitude Sul e os meridianos 590 50’ e 660 48’ de Longitude Oeste de Greenwich, o Estado de Rondônia não sofre grandes influências do mar ou da altitude. Seu clima predominante é o tropical, úmido e quente, durante todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, especialmente no inverno. Segundo a classificação de Kõppen, o Estado de Rondônia possui um clima do tipo Aw - Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do ar, durante o mês mais frio, superior a 180C (megatérmico), e um período seco bem definido durante a estação de inverno, quando ocorre na região um moderado déficit hídrico, com índices pluviométricos inferiores a 50 mm/mês. A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de junho, julho e agosto é inferior a 20 mm/mês.

Estando sob a influência do clima Aw, a média anual da precipitação pluvial varia entre 1.400 e 2.500 mm/ano, e a média anual da temperatura do ar entre 24 e 26 0C. Em alguns anos, em poucos dias dos meses de junho, julho e/ou agosto, o Estado de Rondônia encontra-se sob a influência de anticiclones que se formam nas altas latitudes e atravessam a Cordilheira dos Andes em direção ao sul do Chile. Alguns destes anticiclones são excepcionalmente intensos, condicionando a formação de aglomerados convectivos que intensificam a formação dos sistemas frontais na região Sul do País. Estes se deslocam em direção à região amazônica, causando o fenômeno denominado de "Friagem".

Durante estes meses as temperaturas mínimas do ar podem atingir valores inferiores a 100 C. Devido à curta duração do fenômeno, este não influencia, significativamente, as médias climatológicas da temperatura mínima do ar.

A média anual da temperatura do ar gira em torno de 240C e 260 C, com temperatura máxima entre 300C e 340C, e mínima entre 17~ C e 230C. As temperaturas médias do mês mais frio e mais quente aumenta do sudeste em direção ao extremo norte em torno de 2 a 1 0C, respectivamente.

A média anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no verão, e em torno de 75%, no outono - inverno. A evapotranspiração potencial (ETP) é alta durante todo o ano, apresentando valores superiores a 100 mm/mês. O total anual da ETP só atinge valores superiores aos da precipitação mensal nos meses de maio, junho, julho e agosto.

A precipitação média anual é em torno de 1.400 a 2500 mm e mais de 90% desta ocorre na estação chuvosa. De acordo com o mapa de Isoetas, verifica-se que a precipitação média anual aumenta do sudoeste em direção ao extremo norte, com valores inferiores a 1400 mm e superiores a 2500 mm, respectivamente.

Os principais fenômenos atmosféricos que atuam no regime pluvial do Estado são: as Altas Convecções diurnas, associadas aos seguintes fenômenos atmosférico de larga escala, a Alta da Bolívia (AB) Anticiclone que se forma nos altos níveis da atmosfera (200 hPa) durante os meses de verão e situa-se sobre o altiplano boliviano; a Zona de Convergência lntertropical (ZCIT) e as Linhas de Instabilidade (LIs) conglomerados de nuvens cumulonimbus que se forma na costa norte nordeste do oceano Atlântico.

O período chuvoso ocorre entre os meses de outubro a abril, e o período mais seco em junho, julho e agosto. Maio e setembro são meses de transição.

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Estudo das Formas do Relevo

O Estado de Rondônia, desde a década de 70, estudos geomorfológicos vêm sendo efetuados por instituições de pesquisa, como a CPRM e o RADAMBRASIL, produzindo documentos temáticos parciais. Com a realização do Zoneamento Sócioeconômico-Ecológico de Rondônia, desenvolvido nos últimos anos da década de 90, e pelo Zoneamento Ecológico-Economico Brasil-Bolívia, foram elaborados os primeiros mapas integrados do Estado, baseados principalmente numa adequação metodológica do Sistema ITC (Van Zuidam, 1985). Nesses estudos estão incluídos ainda conceitos aplicados por Latrubesse et aí. (1998) visando ajustar os estudos às particularidades do meio físico regional, mormente nas regiões alagadiças do Vale do Guaporé e nas faixas fluviais dos principais rios da região. Este mapeamento procurou apresentar as formas de relevo através de uma classificação que favorecesse o reconhecimento das formas por meio de suas características morfológicas e morfométricas. Na elaboração do mapa geomorfológico, foram consideradas duas grandes categorias de unidades, associadas a degradação e a agradação.

Por outro lado, a escala é um parâmetro dinâmico, que condiciona a interpretação dos distintos elementos geomorfológicos, embora a classificação das formas continue a ser a mesma, independente da escala. Assim, uma planície fluvial pode ter diferentes dimensões em função do rio que a gerou, mas sua classificação continuará a ser a mesma, entretanto os possíveis meandros poderão ser mapeados ou não conforme o nível de interpretação estabelecido.

Alguns sistemas são compostos por vários elementos interatuantes, constituindo áreas complexas com agrupamentos de geoformas de diferentes origens, tornando necessário muitas vezes associar unidades para o mapeamento, como por exemplo sistemas fluviais associados com sistemas de áreas pantanosas.

COMPARTIMENTAÇÃO REGIONAL

A análise regional das formas de relevo distribuídas no Estado, indicam a existência de cinco grandes ambientes geomorfológicos: áreas de domínio de superfícies regionais de aplanamento, divididas em Níveis 1, lI e III; serras constituídas por rochas sedimentares antigas na forma de superfícies tabulares; áreas de denudação em rochas sedimentares terciárias; colinas e morros associados à presença de rochas resistentes à erosão e que se destacam sobre as superfícies regionais de aplanamento e o sistema fluvial do rio Madeira, que inclui ainda os subsistemas Mamoré, Guaporé, Jiparaná e Roosevelt.

Domínio das Superfícies Regionais de Aplanamento - Esse ambiente possui grande importância e distribuição no Estado, formando áreas de arrasamento em rochas antigas e cobertas parcialmente por coberturas sedimentares indiferenciadas (Terciário-Quaternário). Sobre essas superfícies ocorrem quantidades variáveis de inselberges e tors, indicando a erosão de uma considerável espessura do manto de intemperismo. Feições comuns a essas superfícies, como forte intemperísmo químico, formação de lateritas, depósitos sedimentares e inselberges e tors, indicam um relevo poligenético complexo, formado após um tempo geológico considerável. Alguns autores classificam estas unidades como pediplanos.

Domínio de Serras Constituídas por Rochas Sedimentares Antigas na Forma de Superfícies Tabulares - Constituem as formas de relevo associadas às serras dos Pacaás Novos e Uopianes, elaboradas sobre rochas sedimentares, organizadas como superfícies tabulares. Revelam uma frente abrupta, onde se desenvolvem footslopes, estando geneticamente relacionada a um controle estrutural. Apresentam-se fortemente erodidas, sendo comuns blocos-testemunhos. Atingem alturas de até 1.000 metros.

Domínio de Áreas de Denudação em Rochas Sedimentares Terciárias - Unidade representada no extremo noroeste do Estado, caracterizada por uma dissecação variável sobre sedimentos preferencialmente finos atribuidos a Formação Solimões. A forma geomorfológica assumida é de colinas, com graus e padrões distintos de dissecação.

Domínio de Colinas e Morros Associados à Presença de Rochas Resistentes à Erosão - Compreende relevos residuais associados principalmente a rochas do embasamento cristalino, podendo possuir ou não controle estrutural. A maior densidade dessas formas conduz a adjetivação de serras.

Domínio do Sistema Fluvial do Rio Madeira - Esse domínio é caracterizado por uma grande complexidade geomorfológica, exibindo planícies aluviais, terraços fluviais, áreas alagadas, lagos, leques inativos, áreas de escoamento superficial impedido, entre outros.

No Estado de Rondônia, além do sistema fluvial do próprio rio Madeira, destacam-se também os subsistemas dos rios Mamoré, Guaporé, Jiparaná ou Machado e Roosevelt.

Rio Guaporé: a planície do Guaporé constitui um sistema de fossas tectónicas, atuando como bacia sedimentar. E objeto de uma tectoníca ativa afetando o estilo e comportamento dos sistemas fluviais da região, assim como a sua dinâmica geral de escoamento. As feições geomorfológicas mais antigas identificadas na região são leques aluviais e lagos; são frequentes extensas áreas de escoamento impedido, sazonalmente saturados por água, bem’ como áreas permanentemente alagadas. A planície aluvial do rio Guaporé é bem desenvolvida, podendo atingir até 18 km, ocorrendo estrangulamentos por controle estrutural (Ilha da Independência e Forte Príncipe da Beira). São comuns canais abandonados, gerados por mecanismos de avulsão. Atualmente apresenta alta sinuosidade e curso meandrante.

Rio Mamoré: sistema instalado em sua maior parte em território boliviano. Apresenta uma expressiva planície aluvial, superando a 20 km em trechos

mais desenvolvidos. O comportamento do rio é marcado por um traçado meandrante até as proximidades do paralelo 110 15’, com planície aluvial extensa; a partir desse paralelo, assume um caráter mais retilíneo face a controle estrutural, com uma planície aluvial menor.

Rio Madeira: trata-se do principal afluente do rio Amazonas, tanto em vazão líquida como em carga de sedimentos. Apresenta um traçado retilíneo face ao controle estrutural N-S e NE-SW até próximo a Porto Velho, com planícies aluviais assimétricas e variáveis em extensão; em seguida assume um caráter meandrante com planícies aluviais amplas e repletas de feições associadas, como canais abandonados, lagos, áreas alagadiças, diques marginais, barras e outras feições, com aluviões espessos. Ressalta-se a expressiva fauna fóssil no trecho Nova Mamoré-Abuná, indicando variações climáticas pretéritas.

Rio Jiparaná: exibe um padrão distinto, com traçado retilíneo face ao controle estrutural, drenando sedimentos antigos e rochas do embasamento cristalino, mais resistentes à erosão, dificultando a existência de planícies aluviais expressivas. Corredeiras e cachoeiras são comuns ao longo de seu trajeto, inviabilizando parcialmente a navegaçao.

Rio Roosevelt: representa um sistema implantado no extremo sudeste do Estado, drenando de sul para norte, com traçado meandrante na bacia paleozóica, assumindo após um padrão retilíneo ao atingir rochas do embasamento cristalino. Por ser um rio geologicamente jovem, sua planície aluvial é praticamente inexistente. Caracteriza-se igualmente por sucessivas cachoeiras e corredeiras.

UNIDADES DEPOSIÇIONAIS OU AGRADACIONAIS

Planície Fluvial: trata-se de uma unidade de deposição, associada às planícies fluviais das drenagens. Dada a sua representatividade, os rios e suas planícies fluviais foram caracterizados em subunidades relacionadas aos rios principais e aos rios secundários, sem que haja qualquer diferenciação entre os processos atuantes. O exemplo mais representativo situa-se na planície do rio Guaporé.

Terraços Fluviais: são constituídos pelas áreas localizadas ao longo das faixas fluviais, onde se localizam depósitos antigos, podendo ser estabelecidas várias sub-unidades de acordo com o seu posicionamento altimétrico, o grau de dissecação e a presença de leitos abandonados e pântanos, quando se tratarem de terraços mais recentes. São comuns ao longo dos grandes rios como Madeira, Mamoré e Guaporé.

Unidades em Areais Brancos e Escoamento Impedido: na região sudoeste do Estado, próximo ao rio Guaporé, observa-se uma unidade atípica, representada por extensas superfícies arenosas, refletindo uma coloração esbranquiçada e sendo um produto residual de intemperismo químico sobre formações mais antigas. Formam depressões inseridas em contexto de Superfície de Aplanamerito e por isso o escoamento das águas é dificultado.

Áreas de Escoamento Superficial Impedido: sâo áreas localizadas principalmente no extremo sudeste do Estado, próximo a planície do Rio Guaporé, caracterizadas por cursos d’água "afogados’, com dificuldades de escoamento, não permanecendo porém alagados o ano inteiro.

Áreas Alagadas: representam áreas continuamente alagadas e não consideradas como pântanos pela pequena produção de matéria orgânica. A área de ocorrência centraliza-se preferencialmente na parte sudeste da planície do Guaporé.

Lagos: em sua maioria, estão associados ao sistema de drenagem dos rios Guaporé e Mamoré, ocorrendo ora em trechos interfluviais, ou então próximos à drenagem. Uma das feições típicas são as rias, de origem associada ao bloqueamento de um afluente à partir do curso fluvial principal.

Cones e Leques: são sedimentos depositados em amplas áreas na parte sul do Estado, em direção ao rio Guaporé, em forma espraiada e originados da erosão das serras do Cobrado, Uopianes e Chapada dos Parecis, sobreporido-se aos sedimentos fluviais da bacia do Guaporé.

Footslopes: unidade observada no sopé de elevações, distribuída em vários sítios, sendo comum nas bordas das serras do Pacaás Novos, Uopianes e Cobrado, entre outras. São depósitos gravitacionais associados a superfícies topograficamerite inferiores, em processo de erosão.

UNIDADES DENUDACIONAIS

sedimentares, com altitudes superiores a 300 metros. Exibe ainda distintos padrões de dissecação (alta, média e baixa), além de uma densidade variável de inselberges e tors. Predomiria na região sudoeste do Estado.

Superfície de Aplanamerito Nível II: constitui uma unidade com ampla distribuição no Estado, ocorrendo sobre rochas do embasamento cristalino. As cotas atingidas por essa superfície distribuem-se no intervalo de 200 a 300 metros, apresentando igualmente uma densidade variável de inselberges.

Superfície de Aplariamento Nívet III: apresenta feições semelhantes as unidades anteriores, diferindo apenas por situarem-se em cotas inferiores a 200 metros.

Agrupamento de morros e colinas: são feições geomorfológicas associadas a morros e colinas dispersas regionalmente. Considerando a densidade de distribuiçâo dessas feições, são subdivididos em agrupamentos abertos, agrupamentos densos ou então em áreas coliriosas, muito dissecadas. Representam relevos residuais, associados a diferentes rochas do embasamento cristalino, não possuindo controle estrutural nítido. É freqúente a desi~naçâo de serra para estes conjuntos.

Areas de Denudação em Rochas Sedimentares Cenozálcas: na região nordeste do Estado conhecida como Ponta do Abunâ, evidenciam-se formas de relevo com grande expressão superficial, constituídas por colinas e morros de morfologias variadas, instaladas sobre sedimentos de idade cenozáica, principalmente da Formação Solimões.

Unidades Estruturais Denudacionais: são representadas por superfícies tabulares implantadas em terrenos sedimentares, com variável grau de dissecação. São distinguidas duas sub-unidades: superfícies tabulares desenvolvidas em rochas sedimentares, vulcano-sedimentares e metamórficas e, por superfícies tabulares representando cuestas e hogbacks, com distintos graus de inclinação das camadas sedimentares.

Agrupamento de Morros e Colinas com Controle Estrutural: são morros e colinas, agrupados entre si, e que estão associados a um forte controle estrutural resultando em um alinhamento das formas de relevo. Quando implantados sobre estruturas plutônicas, o alinhamento nem sempre é observado.

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A Riqueza dos nossos Recursos Minerais

Estado de Rondônia detém um substrato geológico que demonstra potencialidade para uma vasta gama de recursos minerais economicamente aproveitáveis. A produção mineral presentemente avaliável

advém da extração de recursos que podem ser simplificadamente enquadrados na condição de substâncias metálicas e não-metálicas. No agrupamento das substâncias metálicas destacam-se os depósitos de ouro, estanho, ferro e manganês que constituem 85% do total dos recursos do Estado de Rondônia. As demais substâncias perfazem os restantes 15% dos jazimentos minerais cadastrados e incluem depósitos de diamante, ametista, berilo, água marinha, argila, areia, cascalho, granito, gnaisse, gabro, calcário, turfa, monazita ethorita.

SUBSTÂNCIAS METÁLICAS

Ouro - Os registros de jazimentos de ouro primário representam 57% dos depósitos auríferos, enquanto os jazimeritos aluvionares perfazem 34% e os sedimentos terciário-quaternários indiferenciados, 9%.

O Grupo Nova Brasilândia engloba a maior parte das ocorrências de ouro cadastradas de natureza primária, cuja associação mineral faz-se representar por pinta, calcopirita, arsenopirita, áxidos de ferro e manganês, turmalifla e rutilo.

As coberturas terciánio~quaternária5 indiferenciadas são constituídas de sedimentos expressivamente lateritizados, cuja granulometria varia de cascalho à argila. Englobam grande quantidade de registros auríferos que hospedam-se preferencialmente nas porções mais grosseiras e basais dos pacotes sedimentares, representando depósitos minerais relacionados ãerosão de rochas mais antigas, ocorrida durante os sucessivos ciclos de modelamento do relevo.

Os depósitos aluvionares encerram trinta e quatro jazimentos de ouro cadastrados. Os principais depósitos auríferos concentram-se ao longo do Rio Madeira, onde o metal ocorre sob a forma de cristais com granulometria grosseira, relacionados a níveis conglomeráticos e de areia grossa, em paleodepósitos de fácies de canal (barras de canal e de pontal) e leito ativo,

Cassiterita - O estanho, na forma de cassiterita, corresponde ao principal bem mineral atualmente em exploração no Estado de Rondônia. Os jazimentos primários deste metal, notadamente hospedados em granitos meso/neoproterozóicos, perfazem um total de 76% dos jazimentos estaniferos conhecidos no Estado. Evidências diretas da presença do metal em coberturas térciário~quaternária5 indiferenciadas representam 15% das ocorrências, contra 9% dos jazimentos incluidos nos sedimentos aluvionares. A Suíte Intrusiva Serra da Providência engloba 27 ocorrências de estanho primário, preferencialmente alojadas em biotita sienogranitos e álcalifeldspato granitos equigranulares. que foram afetados por processos metassomáticos, aos quais se associam as mineralizações.

Ferro e Manganês - Os depósitos de ferro e manganês tipificam jazimentos metálicos caracteristicamente associados a ambientes sedimentares e/ou vulcano~sedimentare5 A única ocorrência de ferro incluída na listagem de recursos minerais do Estado de Rondônia encontra-se inserida no contexto geológico do Grupo Nova Brasilândia.

Os jazimentos manganesíferos dispõem-se preferencialmente na Seqúência Metavulcano~sedimentar Roosevelt, com teores médios que variam de 0.1 a 5% de manganês. Nas rochas lateritizadas os teores podem atingir até 55% de metal contido, quando esta é portadora do elemento químico na estrutura cristalina da criptomelana e da pirolusita, identificáveis através de  analises mineralógicas; quartzo, goethite, limonita. pinta, arsenopirita, calcopirita e minerais argilosos representam as fases acessórias dos jazimentos. A associação temporal desses depósitos com tufos, brechas vulcânicas e formações ferriferas, deixa anteverpotencialidade metalogenética da seqüéncia para jazimentos vulcanogênicos contendo ouro, ferro, cobre, chumbo e zinco.

NíqueI/CobreCromo/Platinóides - Rochas máficas pertencentes à Formação Rio Branco (Grupo Nova Brasilândia) revelaram a presença de traços de pentlandita, calcopirita, bornita e cromita além de um provável mineral do grupo da platina. Valores altos de Ni. Cr e Cu também são registrados nos solos originados dos litotipos que constituem a unidade litoestratigráfica. No contexto da Formação Rio Branco destaca-se o chamado "Complexo Máfico Serra do Coloado" com fortes evidências de acamadamento ígneo e fracionamento de Ni e Cu, constituindo acumulações primárias de grande potencial. Merece destaque, igualmente. o seu capeamento lateritico, da ordem de 10 a 15 metros de espessura, importante metalotecto de niquel lateritico. Importantes ocorrências de cobre foram recentemente identificados nos calcários da Formação Pimenta Bueno.

SUBSTÂNCIAS NÃO-METÁLICAS

Diamante - Os jazimentos diamantíferos cadastrados no Estado de Rondônia hospedam-se em sedimentos ahuvionares e eluvionares associados a pipes kimberliticos subaflorantes já identificados em trabalhos de prospecção geofísica terrestre. Referências ajazimentos diamantiferos nos leitos dos rios Pimenta Bueno e Machado assinalam a ocorrência desse bem mineral em arcas de exposição de rochas sedimentares paleozóícas. Na bacia do Rio Roosevelt constatou-se a freqüente ocorrência de diamantes de 4 a 5 quilates, alojados em níveis de cascalho integrantes de depósitos aluvionares, em associação com piropo, ilmenita, rutilo, cassiterita e ouro.

Ametista~Berilo~Ãgua Marinl,atropázio - Os registros de ametista / berilo/água marinha incluídos na listagem de recursos minerais do Estado de Rondônia inserem-se no contexto geológico do Grupo Nova Brasilàndia.

No município de Costa Marques ocorrências de ametista fomentaram o desenvolvimento de uma incipiente atividade garimpeira no inicio da década de 90. Tais ocorrências relacionam-se a pequenos e irregulares veios pegmatiticos associados aos granitos da Suíte ígnea Costa Marques. Ocorrências recentes de ametista na região da Mina de São Lourenço revelam depósitos bastante significativos (produção mensal média de 700kg), com cristais de grande dimensão em agregados de forte coloração, associados á Suíte São Lourenço/Caripunas ou aos Younger Granites de Rondônia.

O quartzo hiarino (cristal de rocha) ocorre também em sítios pegmatiticos relacionados aos granitos meso/neoproterozóicos Ocorrências de turnialina preta (schorlita) e granada vermelha (piropo) também são mencionadas na literatura especializada, associadas às rochas do Grupo Nova Brasilândia e Complexo Jamari

O topázio ,importante subproduto da exploração da cassiterita, á qual ocorre comumente associado, é atualmente o principal bem mineral explorado na região do Complexo Massangana.

Argila/Areia/CascalhoITurfa - Os depósitos referentes a esses recursos minerais, atualmente disponiveis no Estado de Rondônia, incluem dezenas de registros de jazidas em fase de exploração ou ocorrências esporadicamente aproveitáveis, Invariavelmente tais jazimentos associam-se aos sedimentos aluvionares relacionados aos jeitos ativos dos diversos cursos dágua que drenam o substratogeológico do Estado de Rondônia. Destaca-se igualmente, o caso do cascalho que é também lavrado a partir da desagregação das partes superiores dos perfis lateriticos (horizonte conorecionáriocolunar):

Depósitos de argilas plásticas, detentoras de elevado grau de pureza e de excelente qualidade, foram definidos na região de Porto Velho. Ensaios tecnológicos caracterizaram tais jazimentos como podadores de materiais para utulízação na indústria de cerâmica branca. É importante destacar, também. o imenso potencial das Formações Pimenta Bueno e Cacoal com relação à ocorrência de argilas industriais.

As argilas industriais e areias refratárias estão diretamente relacionadas aos depósitos aluviais recentes (planícies de inundação ou barras de canal), descortinando-se como bens de imenso potencial uma vez que as acumulações relacionadas ao sistema Guaporé/Mamoré/Madeira ainda não foram estudadas. A turfa também se inclui nas substâncias de ocorrência potencial associada aos depósitos lacustres e pantariosos que caracterizam a região conhecida como Vale do Guaporé

GranitoslGnaisseslGabros - As substâncias minerais reunidas neste item apresentam potencialidade econômica para serem explorados como rochas ornamentais e para material de construção, preferencialmente como brita. No trabalho de Silva et ai. (1996). são individualizadas áreas promissoras à produção de rochas ornamentais materializadas em maciços com extensões quilométricas, larguras de centenas de metros e desníveis de dezenas de metros. Petrograficamente, identificaram-se tipos litolágicos classificados como augengnaisses, gnaisses bandados, gnaisses foliados, granitos, charnockitos e meta-gabros. A granuIação dos referidos tipos litológicos varia de grossa a média e as colorações incluem rochas cinza-escuras, cinza-claras, rosadas, amareladas e pretas (no caso dos gabros).

Calcário - Jazimentos classificados como calcários, invariavelmente associados às coberturas sedimentares que constituem a Formação Pimenta Bueno e Cacoal, são referidos em diversos trabalhos de cunho regional efetuados no Estado de Rondônia, bem como em levantamentos recentes reafizados em áreas mais localizadas. O Projeto Sudeste de Rondônia refere-se a três ocorrências de rochas carbonáticas na região de Pimenta Bueno, sendo que a mais importante delas encontra-se localizada no alto curso do Igarapá FéIix Fleury, área detentora de uma jazida atualmente explorada pela iniciativa privada, através de contrato de arrendamento cedido pela CMR (Companhia de Mineração de Rondônia), portadora dos direitos minerários do depósito.

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O  estudo das águas

Hidrografia é a parte da geografia física que estuda as águas correntes, águas paradas, águas oceânicas e águas subterrâneas.

A densa e perene rede hidrográfica do Estado de Rondônia ocorre devido à conjunção de fatores físicos e naturais.

Um fato interessante é que todas as bacias fluviais de Rondônia são afluentes ou sub-afluentes do rio Madeira, mesmo que essa contribuição se localize fora da delimitação estadual, como é ocaso do rio Roosevelt.

Isto ocorre em função da sua geomorfologia, sendo que a disposição das chapadas dos Parecis e Pacaás Novos, com sentido predominante sudeste a oeste, é o grande divisor interno, formando uma drenagem com padrão radial-dendrítica predominante.

O clima equatorial com um período que varia em Porto Velho de 3 meses secos, a Vilhena com até 4 meses secos, apresenta reflexos nítidos na sazonalidade do escoamento superficial, sendo que a cheia dos rios ocorre predominantemente entre fevereiro e abril e a vazante entre setembro e novembro.

As cabeceiras de muitos igarapés apresentam no período de estiagem, trechos intermitentes, que vêm aumentando em conseqüência dos desmatamentos, enquanto que os cursos d’água que drenam áreas maiores são perenes, embora a variação de vazão seja bastante expressiva.

Quanto ao transporte de sedimentos, entre os igarapés predominam "os rios de água preta", que não transportam carga sólida em suspensão, mas apresentam tal coloração devido a forte dissolução de matéria orgânica em decomposição, propiciada pela vegetação que se desenvolve nas áreas inundáveis das suas nascentes e margens; rios de porte médio denominados "de águas claras", com cor esverdeada no período de estiagem e se apresentam barrentos na época das chuvas, devido ao transporte de sedimentos e os rios de "água branca", amarela ou barrenta, pela considerável quantidade de argila em suspensão, como é ocaso do Rio Madeira

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Recursos Hídricos: Preservando para o Futuro

A água é um bem natural com valor econômico, social e ecológico; é patrimônio de todos e deve ser compartilhada por todos desta geração e das próximas, sendo de importância fundamental para o desenvolvimento sustentável. e imprescindível à própria vida no planeta.

Nenhum recurso natural, salvo talvez o ar, apresenta tantos usos legítimos quanto a água, que pode ser utilizada de diversas maneiras pelo homem. Entre os vários usos, pode-se citar: abastecimento humano, abastecimento industrial, diluição e afastamento de despejos, irrigação, recreação, pastoril, preservação da flora e fauna, navegação e geração de energia elétrica.

A Lei n.0 9.433, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e definiu que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a operacionalização dessa política e para a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997).

A Bacia Hidrográfica é definida como sendo uma área drenada por um curso d’água e seus afluentes, a montante de uma determinada seção transversal, para a qual convergem as águas que drenam a área considerada (BRASIL, 1987).

Segundo estudo realizado pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), GOVERNO DE RONDÔNIA, MMA (Ministério do Meio Ambiente)-2000, o Estado de Rondônia está dividido em sete bacias.

Foram estabelecidos parâmetros para a divisão do Estado em 42 sub-bacias hidrográficas a partir das bacias hidrográficas abaixo identificadas.

BACIAS HIDROGRAFICAS DO ESTADO DE RONDÔNIA:

NOME

ÁREA(Km2)

01 BACIA DO RIO GUAPORÉ

59.339,3805

02 BACIA DO RIO MAMORÉ

22.790,6631

03 BACIA DO RIO ABUNÃ

4.792,2105

04 BACIA DO RIO MADEIRA

31.422,1525

05 BACIA DO RIO JAMARI

29.102,7078

06 BACIA DO RIO MACHADO

80.630,5663

07 BACIA DO RIO ROOSELVELT

15.538,1922

TOTAL

 

Fonte: CREA/GOVERNO DE RONDÔNIA/MMA/2000

  

USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA

A qualidade desejada para determinado recurso hídrico vai depender dos usos para os quais o mesmo se destina.

Para cada tipo de utilização são feitas exigências quanto aos limites de impurezas na água. Alguns usos requerem elevados padrões sanitários, outros limitam a presença de elementos que possam influir mais no aspecto estético. Existem, ainda, aqueles que fazem restrições quanto à existência de produtos químicos que possam danificar equipamentos e instalações (SEITI, 1996).

Observa-se, assim, que há necessidade de uma utilização ordenada dos recursos hídricos, de modo a permitir o seu mais amplo aproveitamento. Isso é conseguido através do planejamento integrado de bacias hidrográficas.

Apresentados abaixo alguns exemplos de usos múltiplos dos recursos hídricos em âmbito estadual:

O Rio Madeira é o principal curso d’água do Estado. Serve para escoamento da produção através do Porto de Porto Velho. Também é utilizado para mineração e como via de navegação para acesso a outras regiões do País. E fonte para abastecimento urbano, rural e contribui com grande quantidade de pescado, além de servir como meio de recreação, lazer e turismo.

A Cachoeira do Teotônio, localizada no Rio Madeira, apresenta grande variedade de peixes, dos mais diversos tamanhos e anualmente é palco do tradicional campeonato de pesca.

O Lago do Cuniã faz parte da Estação Ecológica do Cuniã, localizada a 150 Km de Porto Velho, com acesso através do Rio Madeira. É uma das maiores reservas de produção pesqueira do Estado.

Um exemplo da importância histórica do Rio Madeira ainda pode ser observado na "Estrada de Ferro Madeira-Mamoré’, construída entre 1907 e 1912, para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim (na fronteira boliviana) e destinada a servir de via de escoamento da produção da borracha boliviana até o Porto Fluvial de Manaus.

Todo o material destinado à construção da EFMM, inclusive vagões e locomotivas, chegou a Rondônia via Rio Madeira, que também serviu de rota para os bandeirantes, que ainda em séculos passados se aventuraram nesta inóspita região do País.

Nas áreas do lazer e do turismo, merece destaque o tradicional "Festival de Praia" que é realizado anualmente no Rio Abuná, no distrito de Fortaleza do Abunã, no município de Porto Velho.

O Mamoré e seu afluente Guaporé são rios navegáveis a partir de Guajará-Mirim, seguindo em direção ao Estado do Mato Grosso. Os dois servem de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. É bastante intensa a navegaçao e travessia de passageiros entre Guajará-Mirim (Brasil) e Guayara-Merim (Bolívia), onde é local de lazer e turismo.

No Rio Guaporé, os municípios de Pimenteiras e Costa Marques despontam como local de lazer e turismo. Nessas localidades também são realizados festivais anuais de praia.

O Real Forte Príncipe da Beira é o maior monumento histórico da região, localizado na margem direita do Rio Guaporé, no município de Costa Marques. Os enormes blocos de pedras para construí-lo, bem como seus canhões seculares, foram transportados até ali por via fluvial.

Muitos recursos hídricos brasileiros têm sido usados para a geração de energia elétrica. Os rios de Rondônia possuem um importante potencial hidroenergético, tanto que neles já se encontram operando várias PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), no interior do Estado, além da Usina Hidrelétrica de Samuel, a maior de Rondônia. A UHE Samuel contribui para o abastecimento energético de grande parte do Estado de Rondônia.

A CERON é responsável pela distribuição da energia gerada pela UHE Samuel (77,4 %) e pelas PCHs (7,7%). Por esses números, percebe-se de imediato a importância econômica e social dos rios de Rondônia: quase 100 por cento de toda a energia elétrica gerada no Estado provém de fonte hídrica.

Segundo dados da ANEEL (apud FONSECA /1999), o potencial hidrelétrico das bacias hidrográficas em Rondônia é da ordem de 15.120 megawatts, correspondendo aos dados abaixo:

Bacia do Rio Madeira:

Bacia do Rio Guaporé:

Bacia do Rio Jamari:

Bacia do Rio Machado:

Bacia do Rio Candeias:

Bacia do Rio Roosevelt:

Bacia do Rio Abunã:

11.800mgw (inventariado)

1.180 mgw

504 mgw

31 mgw

23mgw

511 mgw

504 mgw

Quanto às águas destinadas à irrigação, são considerados os tipos de culturas a serem irrigadas, sendo elas alimentícias, produtoras de frutas e verduras cruas ou alimentos que se desenvolvem rente ao solo.

Conforme dados do Banco da Amazônia e EMATER, em maio de 2000 a área irrigada no Estado de Rondônia era de 4.600,25 ha.

No interior do Estado alguns municípios estão utilizando a irrigação, como forma de melhorar a produção das plantações de café. Destacam-se os municípios de Cacoal, Rolim de Moura, Vale do Paraíso, Ministro Mário Andreazza, Ji-Paraná e Espigão do Oeste.

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A Importância do Nosso Solo

O solo, também conhecido por terra, forma com outros recursos naturais um conjunto de fatores imprescindíveis para a vida. Tem importância fundamental para os seres vivos, a exemplo de outros recursos naturais (água, vegetação, minerais etc). O solo também constitui, entre os recursos naturais, o mais utilizado para atender as necessidades de produção contínua de alimentos, fibras, madeira, substâncias medicinais etc.

Os solos variam conforme as condições ambientais, porque são formados a partir da rocha matriz, que, através da ação dos elementos do clima (chuva, temperatura, vento e gelo), com efeito do tempo e ajuda dos seres vivos (fungos, liquens, insetos, entres outros), vai sendo desfeita diminuindo de tamanho até transformar-se em grânulos pequenos, soltos e macios. Esse processo é chamado de intemperismo. Portanto o solo é o resultado do intemperismo da rocha.

As diferenças entre os solos são originadas justamente nesses fatores de formação já expostos: clima, tempo, seres vivos, relevo e também a rocha matriz (existem muitos tipos de rochas).

Essas diferenças são identificadas por estudo morfológico (aparência no meio natural), correspondente a~ "anatomia do solo’ , confirmada ou complementada com análises de laboratório. Essas diferenças são agrupadas e ordenadas com a finalidade de estabelecer um classificação que possa informar qual o melhor uso ou manejo do solo. Existem muitas classificações no mundo, pois a pedologia (ciência que estuda a formação e classificação do solo) é relativamente nova; portanto, existe um vasto campo ainda a ser estudado em relação aos solos do globo terrestre.

O sistema brasileiro de classificação de solos foi atualizado em 1999, definindo os níveis categóricos em seis: 1~ nível categórico refere-se a ordem; 20 nível categórico, à subordem; 30 nível categórico, ao grande

grupo; 40 nível categórico, ao subgrupo, 50 nível categórico, á família e 60 nível categórico, à série.

A realização de trabalho de campo denominada levantamento de solo permite classificar e mapear a ocorrência de diferentes tipos de solo em determinados municípios, estados, regiões, países e até em áreas bem menores através da identificação morfológica e análise laboratorial do solo.

A identificação dos solos predominantes possibilitará a utilização de um instrumento importante no planejamento e uso do solo. Sem o levantamento é impossível mapear o solo e assim fazer um planejamento racional que busque a sustentabilidade.

O levantamento de solo mais recente em Rondônia foi realizado pela Tecnosolo/DHV/EPTISA como requisito para a elaboração da segunda aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Estado. O mapa gerado pelo levantamento informa a diversidade de solos de Rondônia, mostrando predominância dos Latossolos, Argissolos, Neossolos, Gleissolos e Cambissolos. E predominante a ocorrência de solos em condições de terras firmes e relevo suave ondulado, como os Latossolos, Argissos, grande parte dos Neossolos e dos Cambissolos.

A classe que se impõe a todas as demais é a do Latossolo, em torno de 58% do Estado. Os Latossolos são solos bem intemperizados, ou seja, bem desenvolvidos que apresentam as seguintes caracterísitcas: solos profundos (1 a 2 metros) ou muito profundo (mais de 2 metros), bem drenados (a água infiltra com facilidade, não havendo encharcamento); pouca diferenciação de cor e textura em suas camadas (horizontes) superficiais e subsuperficiais; apresentam maiores resistência aos processos erosivos, e geralmente, solos ácidos (baixa fertilidade natural).

Os Latossolos (correspondentes a classe de Ferralsols pelo sistema da FAO e Oxisols pelo sistema americano de classificação de solos) são subdivididos através da cor que, indiretamente, informa o teor de ferro (óxido de ferro) presente no solo. No Estado de Rondônia, foram registradas as seguintes subordens: Latossolos Amarelos (coloração bruno-amarelado, baixo teor de ferro é alto); Latossolos Vermelho-Amarelos (coloração vermeho-amarelo, teor de ferro intermediário) e Latossolos Vermelho (coloração vermelho-esuro; antes essa subordem era conhecida como Latossolo Vermelho-Escuro, onde o teor de ferro). Os Latossolos Vermelho-Amarelos se apresentam em maior expressão, em torno de 26%, enquanto os outros dois se apresentam, individualmente, em 16% do Estado, geralmente, encontrados em relevo predominante plano e suave ondulado.

A fertilidade natural baixa a muito baixa constituí a principal limitação de uso agrícola, necessitando de correção e adubação, exceto a subordem Latossolo Vermelho em que predomina fertilidade natural média a alta.

Os solos da classes de Argissolo (anteriormente, classificados como Podzólicos e Terra Roxa com argila de baixa atividade) representam solos menos desenvolvidos em comparação com os Latossolos, por serem moderadamente intemperizados. Por isso são solos pouco profundos (1 a 2 metros), apresentando diferenciação entre as camadas (horizontes) superficiais e subsurperficiais, como cor e textura onde o teor de argila é maior nas camadas subsuperficiais que tornam-se mais vuneráveis aos processos de erosão. Os solos pertencentes a essa classe encontrados no Estado ocorrem em relevo suave ondulado e ondulado com fertilidade natural prevalecendo baixa, embora exista área expressiva com média a alta fertilidade natural.

As classes similares à Argissolo, como a Alissolo, Nitossolo e Luvissolo, que ocorrem em menores percentuais, foram incluídas na Argissolo para representação do mapa de solo apresentado. Entretanto, os solos das classes Alissolo e Luvissolo diferem da Argissolo pela atividade da argila (alta), indicando diferenciação na mineralogia entre essas classes. E as classes Alissolo e Luvissolo diferem em fertilidade natural; o Alissolo écaracterizado pela fertilidade natural muito baixa a baixa e do Luvissolo pela média a alta fertilidade natural.

A equivalência das classes Argissolo, Alissolo e Luvissolo no sistema da FAO são Lixisols ou Acrisols, Alisols e Luvisols, e no sistema americano de classificação são Oxisols ou Ultisols, Ultisols e Alfisols ou Aridisols.

A classe Neossolo, que inclui as classes de solos anteriormente conhecidas como Solos Litólicos, Areias Quartzosas, Regossolos e Solos Aluviais, ocorre aproximadamente em 11% da superfície do Estado. Essa classe ésubdivida em Neossolo Flúvio, Neossolo Regolítico, Neossolo Quartzarênico e Neossolo Litólico. Apenas os solos da subordem Neossolo Flúvico e parte do Neossolo Quartzarenico nao correm em terras firmes, portanto, apresentando problema de drenagem no período das chuvas, observando-se acúmulo de água na superfície, com inundação em determinado período ano. Solos dessas subordens frequentemente são encontrados em relevo plano ou plano de várzea. Neossolo Flúvico compreende os solos formados de depósitos aluviais (sedimentos e material orgânico transportados pelos) nas margens dos nos onde sua fertilidade natural é dependente do teor de nutrientes desses materiais depositados.

Os solos das subordens Neossolo Regolítico e Neossolo Quartzarénico apresentam características similares, como a textura arenosa, pouco desenvolvidos (menos intemperizados) e com drenagem excessiva, e diferem pelo fato do Neossolo Regolitico conter minerais primários (facilmente intemperizado). Essas subordens apresentam solos mais profundos do que os demais da mesma classe. Geralmente, ocorrem em relevo plano a suave ondulado e fertilidade natural muito baixa, embora o Neossolo Regolítico, com fertilidade média a alta, possa ocorrerem pequenas áreas no Estado.

Os solos da subordem Neossolo Litólica também são pouco desenvolvidos, apresentando solos rasos (menor ou igual a 50cm de profundidade) e ocorrem em relevo mais movimentado. Em Rondônia esses solos ocorrem em relevo ondulado a escarpado próximo ao afloramento de rocha. A fertilidade natural é variada conforme o tipo de rocha, embora predomine no Estado o de fertilidade natural média a alta. Geralmente, apresentam na sua granulometria quantidade significativa de fragmento de rocha (pedra) na superfície ou na camada subsuperficial

Neossolo corresponde a classe Entisol do sistema americano de classificação e não tem correspondente na classficação do sistema da FAO.

Cambissolo é outra classe de solo expressiva no Estado , abrangendo em torno de 10% do território de Rondônia. Os solos dessa classe ocorrem em terras firmes, predominando fertilidade natural baixa, pedregoso, pouco profundo (superior a 0,50 m e inferior a 1,00 m) e em relevo ondulado. Cambissolo corresponde ao Cambisol tanto no sistema da FAO quanto na classificação americana de solo.

Outra classe de solo que pouco alterou no novo sistema brasileiro de classificação de solo é a Gleissolo, que anteriormente havia sido denominada Glei. Os solos dessa classe representam pouco mais de 9% da superfície de Rondônia. A origem do nome dessa classe é a cor cinza (gray em inglês) formada devido aos processos de redução influenciado pelo lençol freático que satura o solo com água (inundando) por determinado período do ano. Os solos da classe de Gleissolo, quando argiloso, são popularmente conhecidos por "tabatinga" e são utilizados como matéria-prima para cerâmica. Em Rondônia nos Gleissolos predominam a textura argilosa, baixa fertilidade natural, mal drenados e ocorrem em relevo plano. Na região do Vale do Guaporé ou áreas próxima aos grandes rios do Estado predomina a ocorrência de solos dessa classe.

Os Gleissolos correspondem aos Gleisols do sistema da FAO e aos Aqualf Aquand, Aquent ou Aquept da classificação americana de solo.

Em menor expressão, outras classes de solos ocorrem no Estado de Rondônia, como Planossolo, Plintossolo e Organossolo. Geralmente ocorrem em relevo plano a suave ondulado e, exceto ao Planossolo, são hidromórficos, ou sejam, ficam inundados no período das chuvas e possuem baixa fertilidade natural. Organossolo corresponde aos solos orgânicos, Plintossolo às Lateritas Hidromórficas e Planossolo praticamente manteve a mesma denominação do sistema brasileiro de classificação antigo.

A "terra preta de índio" caracterizada por uma camada superficial de coloração escura, rica em matéria orgânica, ocorre em pequena extensão e não constitui uma classe de solo específica, mas incorporada entre as classes citadas. Além da coloração escura, é muito comum serem encontrados pedaços de cerâmica caracterizando vestígios de sítios ocupados no passado por civilizações indígenas. Acredita-se que a incorporação de grandes quantidades de restos orgânicos proporcionou a coloração do solo e nível de fertilidade presente, especialmente o elevado teor de fósforo.

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Aptidão agrícola

                A interpretação e utilização dos dados de levantamento de solo para promover o planejamento agrícola do uso racional das terras são fundamentais e extremamente difíceis. Estes são pressupostos básicos para permitir a transformação, em linguagem acessível aos técnicos e produtores, de informações vitais no seu dia a dia, de maneira que eles possam avaliar as condições agrícolas das terras, levando em consideração as diversidades edofoclimáticas.

O sistema brasileiro de avaliação da aptidão agrícola das terras atende essa necessidade por meio do conhecimento do potencial da produtividade do solo apropriado para região tropical. Essa metodologia de avaliara aptidão agrícola das terras, resumidamente, consiste em seis grupos, visando indicar o uso mais adequado de uma determinada região em função das seguintes limitações: fertilidade natural baixa (deficiência de fertilidade); falta de água (deficiência hídrica); excesso de água (deficiência de oxigênio); facilidade de perda de solo (erosão) e impedimento à mecanização (mecanização).

Além disso, inclui três níveis de manejo caracterizados pelas letras A, B e C. O manejo A corresponde aos produtores que utilizam baixo nível tecnológico onde as práticas agrícolas são quase todas realizadas pelo trabalho braçal. O manejo B indica produtor que utiliza nível tecnológico médio com pouca aplicação de capital. E o manejo C, que representa produtor que envolve alto nível de tecnologia e práticas agrícolas, é realizado através de mecanização.

As classes indicam o grau de intensidade com que as limitações afetam as terras para produção agrícola e são assim definidas: boa, quando as terras não apresentam limitações para uso agrícola, portanto, permitindo uso sustentado para determinada atividade, conforme as condições de manejo (A, B e C); regular, quando apresenta limitações moderadas; restrita, quando as limitações existentes são fortes; e inapta, quando as condições de limitações impossibilitam o uso sustentável.

Essa metodologia constitui-se em seis grupos (tipos de utilização) que são: lavoura, pastagem plantada, silvicultura (reflorestamento), pastagem nativa e área de preservação. Resumidamente, a simbologia utilizada por esse sistema de avaliação de terra visando a potencialidade agrícola, é apresentada na Tabela 1. Utilizam-se letras maiúsculas para classe de aptidão boa, minúsculas para classe de aptidão regular, minúsculas e entre parêntesis para classe de aptidão restrita; e a ausência de letra indica classe inapta conforme o tipo de utilização e nível de manejo.

O mapa de aptidão agrícola das terras do Estado de Rondônia mostra um potencial (em torno de 59%) apropriado para lavoura; mais de 16%, para pastagem planta; e mais de 5%, para reflorestamento e/ou pastagem nativa.

A apresentação dos subgrupos de aptidão foi agrupada na 1 que representa solos sem limitação em pelo menos um nível de manejo, por exemplo: na legenda 1.1, os três níveis de manejo apresentam classe de aptidão boa, sem limitação para os três níveis, enquanto a legenda 1.6 representa classe de aptidão boa, exclusiva para o manejo C e variando a classe de aptidão para os demais níveis de manejo.

A legenda de maior expressão é 2.6, representando 22,5% do Estado, agrupando as terras que apresentam classe de aptidão regular para o nível de manejo C e restrita ou inapta para os demais níveis de manejo; portanto, informando a necessidade de melhoria nas terras para torná-las produtivas.

A soma das legendas 3, onde pelo menos um nível de manejo apresenta classe de aptidão restrita, representa mais de 31%,indicando que a limitação ou limitações existentes são severas, tornando o cultivo de lavoura bastante restritos, mais apropriado para cultivo menos intensivo, como de culturas permanentes, tais como: café, frutíferas, guaraná etc.

O sistema de aptidão agrícola, embora sendo uma avaliação para fins específicos de análise das potencialidades das terras, não informa cultivo específico, como arroz inundado que se cultiva em áreas de terras alagadas (inundadas), no período chuvoso, ou quaisquer outras informações direcionadas a uma determinada cultura. Esse sistema faz uma generalização que permite, dentro do planejamento agricola, a escolha conforme as condições edafoclimáticas e sócio-econômicas da região a ser estudada. A Aptidão Agrícola é uma ferramenta fundamental para os projetos de desenvolvimento agrícola, permitindo o uso adequado da oferta ambiental. Sobretudo, evita possível utilizaçâo indevida dos recursos naturais.

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Vegetação: biodiversidade de espécies florestais

A  vegetação no Estado de Rondônia é reconhecida pela grande biodiversidade de espécies. Isto se deve ao fato de ser uma area de transição entre o cerrado matogrossense e a floresta amazônica, sendo, portanto, considerada uma área que congrega três importantes biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado.

Rondônia é constituído por 8 tipos principais de vegetação, como veremos a seguir:

FLORESTA OMBRÕFILA ABERTA - É o tipo de floresta dominante no Estado, abrangendo cerca de 55% da área total da vegetação. Este tipo de vegetação caracteriza-se pela descontinuidade do dossel, permitindo que a luz solar alcance o sub-bosque, favorecendo a sua regeneração. Os troncos apresentam-se mais espaçados no estrato mais alto, que atinge cerca de 30 m de altura.

Nesse tipo de floresta o caminhamento se torna mais difícil em virtude da grande quantidade de plantas em regeneração.

São comuns palmeiras, cipós e paxiúbas, assim como espécies como seringueira, jacareúba, tachi, breu e tauari.

As Florestas Ombrófilas Abertas podem ainda subdividir-se em quatro fisionomias distintas:

Florestas Ombrófilas Abertas Aluvial: Ocupam grandes planícies, sofrendo inundações na época das chuvas, que vão de novembro a março. São também chamadas de matas de igapó.

Florestas Ombrófilas Abertas de Terras baixas: Ocorrem em relevo plano a suavemente ondulado, não ultrapassando 100m de altitude.

Florestas Ombrófilas Abertas Submontanas: Ocorrem em relevos mais acentuados, variando entre 100 a 600 m de altitude.

Florestas Ombrófilas Abertas com Bambus: Ocorrem em manchas isoladas por todo o Estado.

FLORESTA OMBRÓFILA DENSA - Ocupam cerca de 4% do total, com maior extensão na área central do Estado. Caracteriza-se pela maior densidade do estrato superior e menor presença de sub-bosque, que é limpo e de fácil caminharnento. Nesse tipo de floresta existem árvores de grande pode, podendo atingir até 45 metros de altura. Observam-se também árvores de valor comercial como maçaranduba, angelim, castanheira, pé, copaíba e ucuúba.

A Floresta Ombrôfila Densa subdivide-se em três fisionomias distintas:

Floresta Ombrófila Densa Aluvial: Ocorre próxima e também sofre inundações.

Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas: Ocorre em algumas áreas do Estado, apesar de estar em altitudes superiores a 100m; apresenta características de florestas de terra baixa.

Floresta Ombrófila Densa Submontana: Assim como a floresta aberta subniontana, ocupa altitudes que variam de 100 a 600 m.

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL - Este tipo de vegetação se desenvolve em solos hidromárficos com baixa capacidade de retenção de água. Ocupa cerca de 2% do total. Parte das espécies de árvores (30%) que perdem suas folhas, por isso a denominação semidecídual. Essa formação florestal subdivide-se em três fisionomias:

Floresta Estadual Semideddual Aluvial

Floresta Estadual Semidecidual Montana

Floresta Estadual Semidecidual Submontana

FLORESTA DE TRANSIÇÃO OU CONTATO - Ocupam cerca de 8% do Estado. São áreas de transição entre o cerrado e a floresta, apresentando características destas duas formações, com o estrato mais alto com cerca de 20 metros de altura. Essa tipologia subdivide-se em três composições:

Contato Floresta Ombrófila 1 Floresta Estacionar Semideciduar

Contato Savana 1 Floresta Estacional Semidecidual

Contato Savana 1 Floresta Ombrófila

CERRADO - Ocupam cerca de 5% do total. São formações vegetais com feições xeromôrficas, principalmente devido às características do solo. Apresentam desde espécies arbustivas até formações de gramíneas. Recebe, também, a denominação de savanas, devido ã semelhança com as savanas africanas.

FORMAÇÃO PIONEIRA - Ocupa cerca de 4% do Estado. Ocorrem em terrenos sujeitos a inundações, apresentando diversas fisionomias. Podem apresentar ou não vegetação florestal. O tamanho das árvores édeterminado pela altitude e pelo grau de inundação. Algumas destas áreas encontram-se dominadas por palmeiras conhecidas como buritis.

CAPINARANÃ - São formações não florestais que ocorre em manchas bem pequenas e dispersas por toda a Amazônia. É a vegetação menos representativa do Estado. Cresce em solos de areia branca muito pobres. A maioria das espécies é endêmica, mas é possível encontrar algumas que ocorrem também em cerrados ou outras áreas não florestais.

 UMIRIZAL - Ocupa menos de 1% do Estado. Este tipo de vegetação cresce em solos pobres, mar drenados e rasos. Apresenta um dossel relativamente denso, de 5 a 10 metros de altura, e um sub-bosque fechado de pouca visibilidade, com muitos cipôs e arbustos. Essa formação pode ser inundada durante o período chuvoso, sendo dominada por poucas espécies. Localizam-se nas bacias dos Rios Guaporé e Madeira.

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  Fauna: entre as mais ricas do Planeta

A  localização de Rondônia na Amazônia brasileira já o credencia como um Estado cuja fauna esta entre as mais ricas e representativas do Brasil. A diversidade da fauna em Rondônia pode ser caracterizada por dois fatores: a sua localização no sudoeste da Amazônia brasileira e sua variedade de ambientes e características físicas. O fato do Estado apresentar uma variedade de solos e de florestas, além de serras e áreas extensas de cerrados e campos, contribuem para a diversidade de espécies encontradas no Estado.

As diversas relações da fauna com a biota como um todo, possibilita que a mesma exerça várias funções na conservação dos ecossistemas, entre as quais, as de moderadores de população; competição ou predação; transportadores de nutrientes e dispersão de sementes e polinização.

As informações da fauna em Rondônia datam do século XVIII, sendo a região das bacias dos rios Guaporé-Mamoré-Madeira as primeiras levantadas. Vários outros estudos foram realizados, tais como os efetuados pela Comissão Rondon, Expedição Roosevelt-Rondon, Expedição Collins-Day, Programa POLONOROESTE, ELETRONORTE, e PLANAFLORO (Relatório de Fauna Tecnosolo, 1998).

A realização dos estudos de levantamentos da 2 Aproximação do Zoneamento SocioEconômico-Ecológico permitiu conhecer um pouco mais da fauna do Estado. Os estudos realizados envolveram levantamentos na seguintes áreas temáticas: Mastofauna (mamíferos), Avifauna (aves), Herpetofauna (répteis), Ictiofauna (peixes), e Entomofauna (insetos) que abrangeu os estudos de abelhas, vetores endémicos e pragas agrícola. Ao selecionar vários pontos de amostragem de varias localidades do Estado, o estudo procurou cobrir de maneira mais ampla possível, as várias formações de vegetação e os principais centros de ocupação humana, possibilitando inventariara fauna e aferir os efeitos causados pela ocupação da região.

O estabelecimento de Zonas Geográficas (distribuição geográfica dos animais), permite uma visão ampliada da distribuição das espécies em Rondônia e utilizando-se as informações geradas pelos levantamentos da fauna foram identificadas 6 regiões zoogeográficas (ver mapa) no Estado a saber:

ZZ-1 Corresponde á região ao norte e noroeste do Estado, e é limitada pelo rio Madeira. As equipes de estudos de Abelhas, Herptofauna, avifauna e Mastofauna reconheceram essa zona como muito bem delimitada, apresentando espécies não registradas em outras regiões do Estado. Espécies características são os mamíferos como: preguiça-real (Choloepus didactylus); primatas: macaco-da-noite (Aotus nigriceps), zogue-zogue (Caílicebus caligatus), macaco-barrigudo (Lagothrix lagotricha); roedores: esquilo (Sciurus aestuans), cutiara (Myoprocta exilis),

ZZ-2 Corresponde à planicie do Guaporé e suas áreas periodicamente inundadas. Os estudos de Herptofauna, Avifauna e Mastofauna reconhecem essa zona como bem delimitada, em virtude do seu regime de inundações periódicas. Para a Avifauna, essa região é singular na Amazónia e somente encontra semelhança com a comunidade de aves da foz do rio Amazonas. Essa Zona recebe forte influência do pantanal matogrossense. São características dessa zona, espécies como: veado-mateiro (Mazama americana), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus); uma rica avifauna composta entre outras por tuiuiús (Jabiru myceteria), garças (Casmerodius albus, Egretta thula e Ardea cocoi), biguás (Phalacrocorax brasilianus); peixes como: tambaqui (Colossoma macropomum), piranha cajú (Serrasalmus natereri), além de tracajás (Podocnemis unifihis) e tartarugas (P expansa).

ZZ-3 Corresponde à região dos cerrados do sudeste do Estado. As equipes de Avifauna e Mastofauna reconhecem essa zona como bem delimitada, em função da fauna típica de áreas abertas (campos e cerrados) que ali é encontrada. Essa Zona recebe forte influencia da região dos cerrados do Brasil central. Espécies representativas como zogue-zogue (Caílicebus caligatus), tamanduás bandeira (Myrmecophaga trídactyla), bugio-preto (Allouata caraya).

ZZ-4 Corresponde à região ao norte da planície do Guaporé e ao sul da serra dos Pacaás Novos, indo do Mamoré até o rio Machado ou Ji-Paraná, a leste. A equipe de Mastofauna reconhece essa zona como bem delimitada e a de Avifauna aceita como bem delimitados os limites sul e oeste, mas tem dificuldade de reconhecer os outros dois, embora os levantamentos realizados em áreas no limite norte dessa zona tenham indicado uma avifauna com características únicas no Estado. São espécies características dessa área: cabeças-secas (Mycteria americana), tiriba (Pyrrhura perlata); mamíferos como: quatá (Ateles chamek), parauacú (Pithecia irrorata) e o guariba (Alouata seniculus); Ocorre também o tatu canastra (Priodontes maximus) e a onça pintada (Panthera onca).

ZZ-5 Corresponde à região ao norte da serra dos Pacaás Novos, a leste do Mamoré, ao sul do Madeira e a oeste do rio Machado ou Ji-Paraná. A equipe de Mastofauna reconhece essa zona como bem delimitada e a de Avifauna aceita como bem delimitadas todos os limites menos o ao leste, feito pelo rio Machado ou Ji-Paraná (a justificativa pode ser em função da ausência de levantamentos da equipe de avifauna a leste deste rio). Espécies que representam essa zona são: aves como: mutum (Mitu tuberosa), jacamim (Psophia viridis), tiriba (Pyrrhua perlata), araçari (Selenidera gouldi); primatas: macaco aranha (Ateles charnek), macaco prego (Cebus apella); jaguatirica (Leopardus pardalis), porco-do-mato (Pecari tajacu).

ZZ-6 Corresponde a região a leste do rio Machado ou Ji-Paraná. Essa Zona é reconhecida pela equipe de Mastofauna e com ressalvas pela de Avifauna (de acordo com a argumentação na definição da ZZ-5). Apresenta rica avifauna e apresentam espécies de primatas como: sagüi-branco (CalIithrix emiliae), cuxiú-de-nariz-branco (Chiropotes albinasus), macaco barrigudo (Lagothrix lagotricha).

A variedade de tipos de solo e de florestas e áreas extensas de campos e cerrados, influenciam a fauna de Rondônia tanto na diversidade de espécies como sua distribuição e abundância local sendo essa diversidade confirmada pelos vários estudos e pesquisas já realizados.

Além das espécies citadas como características nas zonas zoogeográficas, Rondônia ainda possui espécies cuja encontradas ao longo de todas as regiões do Estado como: mamíferos: veado roxo (Mazama gouazoupira), cateto (Pecari tajacu), queixada (Tayassu pecari), jupará (Potos flavus), guaxinim ou mão pelada (Procyori caricrivorus), rara (Eira barbara), ariranha (Pteronura brasiliensis)capívara (Hydrochaeris hydrocaeris); aves: Biguá (Phalacrocorax olivaceus), Garça real (Pilherodius pileatus), Socó-boi (Tigrisoma lineatum), Marreco (Dendrocygna autummalis), Mutum (Mitu mim tuberosa), Jaçará (Jacana jacana), Arara vermelha (Ara chioroptera); répteis: Cobra cipá (Chíronius sp), Jibôia (Boa costrictor), Jacaré (Caiman yacaré); peixes: Tucunaré (Cichia oceliaris), tambaqui (Colossoma macropomum), Surubim (Pseudoplaystoma faciatus), Curimatá (Prochilodus cf. nígricans), Jatuarana (Brycon sp),

Assim como nas diversas regiões do país, Rondônia apresenta sérios problemas com a manutenção da fauna. A ocupação acelerada de Rondônia tem gerado forte pressão sobre a biodiversidade. A preocupação se acentua uma vez que muitas das espécies conhecidas tem sido pouco estudadas e outras ainda correm o risco de não serem conhecidas, já que os estudos também revelaram que espécies novas podem ser descobertas e pesquisas mais detalhadas se fazem necessárias.

Várias espécies de animais da fauna regional já figuram na lista de espécies ameaçadas de extinção. Os estudos apontam a caça e a destruição de habitats como as principais causas da ameaça de extinção-Animais como a onça pintada (Panthera orica), lobo guará (Chrysocyon brachyurus), ariranha (Pteronoura brasiliensís), cervo (Biastocerus dichotomus), tatucanastra (Priodontes maximus), gavião-real (Harpia harpija), Ararajuba (Guaruba guarouba), Jacaré-açu (Melanosuchus niger), macaco-aranha (Ateles chamek), quatás (Atoles belzebuth), Cuxiu (Chitopotes albínasus), macaco barrigudo (Lagothrix [agotricha), entre outros.

Medida como: Criação de Unidades de Conservação; Incentivo a Educação Ambiental nas escolas; Incentivo a criação de corredores ecológico; Realização de estudos e pesquisas sobre a diversidade biológica; se náo são solução para resolver o problema da ameaça de extinção, possibilitam contudo, conhecer melhor a fauna regional na perspectiva de maneja-la para poder preservar

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De olho na terra

O que é sensoriamento remoto?

Podemos definir sensoriamento remoto como sendo a tecnologia ou o processo de adquirirmos informações sobre objetos sem contato físico com eles. Por exemplo, uma fotografia que tiramos de uma pessoa, de paisagem ou qualquer outro objeto, é um produto de sensoriamento remoto.

A origem desta tecnologia, se divide em dois períodos principais: o período de 1860 e 1960, no qual o sensoriamento remoto era baseado na utilização de fotografias aéreas e o período de 1960 até nossos dias, caracterizado pela multiplicidade de sistemas sensores (EVLYN ML. 1988).

Os sistemas sensores podem ser classificados de diferentes modalidades. Quanto á fonte de energia, á região do espectro em que operam e ao tipo de transformação sofrida pela radiação detectada. Esse último é o mais importante no uso de sensoriamento remoto, visto que, na sua classificação. temos os sensores imageadores, que nos fornecem como resultado uma imagem da superfície observada.

Com os avanços tecnológicos dos sensores, fez com que vários países construíssem seus próprios satélites. Dentre eles, podemos citar a série de 7 satélites LANDSAT Estados Unidos, SPOT França, ERS Japão e outros. O Brasil, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), está desenvolvendo um projeto de construção de um satélite em parceria com a China, que atuará na área ambiental. Enquanto isto não acontece, o Brasil, utiliza as informações espaciais do satélite LANDSAT-5 e 7 TM, disponibilizadas através do acordo de Cooperação Técnica com os Estados Unidos.

Em março de 1984, foi lançado pela NASA (National Aeronautics and Space Administration), o satélite LANDSAT 5 TM, com tecnologia mais avançada do que os quatros primeiros. Este satélite está posicionado em órbita, a uma alttitude de 705 km em relação á superfície terrestre e sua resolução espacial no modo multiespectral é de 30 metros e no modo pancromático 20 m de resolução. Os sensores a bordo desse satélite coleta dados de uma faixa de 185km e apresenta a característica de recobrimento repetitivo da superfície a cada 16 dias. Enquanto que os produtos Nível 10 do satélite LANDSAT 7 TM, apresenta 25 m para as bandas multiespectrais e 12,5 metros para a banda pancromática.

Os sinais enviados pelo satélite LANDSAT-5 e 7 são receptados pela estação terrestre implantada em Cuiabá, que opera desde 1973. Esta estação de recepção está localizada no centro geográfico da América do Sul, o que permite a aquisição de dados sobre todo território brasileiro e parte dos países vizinhos. Estes sinais são gravados em dispositivos eletrônicos e enviados para a cidade de Cachoeira Paulista SP, onde, são submetidos a processamentos para corrigir distorções cartográficas e intempericas, e posteriormente, serem reproduzidos e disponibilizados aos usuários, no formato papel e digital.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM, através do Núcleo de Sensoriamento Remoto e Climatologia, utiliza as imagens de satélites para diagnosticar as alterações da cobertura vegetal. gerar cartas imagens, atualizar bases cartográficas e monitorar as unidades de conservação que o Estado possui. Este trabalho é realizado pela equipe do Núcleo de Sensoriamento Remoto e Climatologia, a qual utiliza técnicas de geoprocessamento e produtos de sensoriamento remoto para gerar dados informativos sobre o meio ambiente, como por exemplo, os dados da evolução da alteração da cobertura vegetal ocorrida durante o processo de ocupação territorial do Estado. O monitoramento da cobertura vegetal foi realizado em parceria como Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), no período de 1978 a 1999, obtendo resultados especificados no quadro abaixo.

 

EVOLUÇÃO DO DESMATAMENTO NO ESTADO DE RÓNDONIA ATÉ 1999.

Ano

Arca Desmatada (ha)

em relação ao Estado (*)

Incremento (ha)

1978

420.000

1,76

 

1988

3.000.000

12,57

234.545

1989

3.180.000

13,32

180.000

1990

3.350.000

14,04

170.000

1991

3.460.000

14,50

110.000

1992

3.686.500

15,45

226.500

1993

3.981.312

16,69

294.812

1994(**)

4.267.228

17,88

445.916

 1995

4.873.143

20,42

445.916

1996

5.149.386

21,58

276.243

1997

5.352.581

22,43

203.194

1998

5.541.881

23,22

189.300

1999

5.683.675

23,82

 141.794

         Fonte: INPE (1992), SEDAM/NUSERC (1993,1995,1996,1997) e IBAMA/CSR (1998 e 1999)

A área do Estado considerada foi de 23.862.194,04 ha (SGI/INPE/SEDAM)

**Estimativa com base na média entre 1993 e 1995

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 Uso da terra

Conforme dados dos últimos Censos Agropecuários realizados em 1985, 1995 e 1996, observam-se algumas tendências predominantes quanto ao uso da terra em Rondônia. Vamos tentar enfocá-las de maneira sucinta, mas com a clareza necessária.

A implantação de pastagens substituindo as plantações ou cultivares perenes vem sendo a regra nos últimos anos. Segundo o IBGE, entre 1985 e 1995, a área de pastagens aumentou de aproximadamente 880 mil hectares para mais de 2,5 milhões de hectares. Isso protagonizou um aumento significativo no plantel de bovinos do Estado que, de quase 800 mil cabeças em 1985, chegou em 1999 ao número aproximado de 6 milhões. A implantação da bovinocultura de corte e leiteira em Rondônia trouxe a reboque uma gama de mais de 50 laticínios de 15 grandes frigoríficos, com a possibilidade de serem implantados alguns curtumes de grande porte.

Se por um lado vimos o crescimento vertiginoso da pecuária, pelo lado oposto nos deparamos com o retrocesso e achatamento das culturas de subsistência e mesmo a diminuição em ritmo acelerado das culturas comerciais perenes ou não, tendo como exemplos práticos o café e alguns do principais cereais. Também observa-se no sul do Estado a implantação de monoculturas como a soja, que até o presente estão sendo cultivadas sem tecnologia adequada ás condições ambientais e temporais da região.

Tudo se justifica e são reflexos de fatores externos ao comportamento e tendências de uso. Em primeiro lugar, não se tem, no Brasil, uma política agrícola que atenda as necessidades do pequeno produtor rural, parceleiro, meeiro ou arrendatário. Dificuldade de acesso á tecnologia e sua aplicabilidade em pequena propriedade, alto custo dos insumos agrícolas (maquinários, peças, implementos, defensivos e recursos a baixo custo). Estradas trafegáveis o ano todo para escoamento da produção, armazenamento de produtos, agregação de valores aos produtos agrícolas através das agroindústrias, fortalecimento da agricultura familiar de maneira a valorizar os produtos naturais. Escassez de mão-de-obra para o cultivo de cereais e culturas perenes, comparadas a necessidades de trabalho para a pecuária principalmente de corte. Existe uma potencial forma de concentração de áreas contíguas, observando-se a forma de assentamento fundiário praticada no Estado, que é através de linhas paralelas entre si distanciadas de 4,0(quatro) quilômetros. Cada quadrícula destas forma uma área de aproximadamente 1.600 hectares.

Conclui-se que quem já se instalou na área rural com uma pequena vantagem financeira vai rapidamente aumentar sua propriedade, deixando mais um produtor rural ã margem de sua atividade principal, que é produzir alimentos.

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  .Zoneamento:instrumento de planejamento

Conceitos e Objetivos

Zoneamento é um instrumento de planejamento. Dependendo do que se pretende ou se quer planejar, se direciona um tipo de zoneamento que atenda as necessidades, para tomada de decisões em planejamento de atividades urbanas, agrícolas, geoambientais, socioambientais, etc.

O planejamento urbano necessita de um zoneamento que classifique os espaços territoriais da cidade, definindo as áreas indicadas para construções de residências, de indústrias, das redes de esgotos, do aterro sanitário, da captação de água, dos cemitérios, parques, praças e outros. Isso é possível com o conhecimento do meio natural (geologia, solos, clima, vegetação e fauna) e sociocultural (condições de vida, de educação, cultura, etc.).

Quando a preocupação é o planejamento das atividades agropecuárias, o enfoque do zoneamento é o conhecimento dos solos, aptidão agrícola, clima, particularmente as chuvas, relevo, recursos hídricos, etc. O objetivo é classificar as áreas para que o cultivo das lavouras e a criação de animais sejam o mais rentável possível. Isto é, o objetivo é a obtenção de lucros.

O zoneamento geoambiental permite a compartimentação do meio físico em zonas geoambientais, em consonância com seus potenciais e os diversos interesses socioeconômicos. Assim, é possível classificar as áreas para desenvolvimento de atividades agrícolas (cultivos, florestais, cítricos e reflorestamento); obras de engenharia (expansão urbana, obras viárias, escavações superficiais, recursos hídricos subterrâneos, recursos minerais); áreas residenciais, industriais; proteção ambiental (aterros sanitários, industriais, lagoas de tratamento de esgotos, efluentes agroindustriais e industriais e recuperação ambiental). Isso é possível com o conhecimento da litologia (estudo das rochas), fisiografia (geografia física), clima, morfotectõnica (deformações estruturais e morfoestruturais condicionadoras); das alterações intempéricas (alterações físicas ou químicas na estrutura das rochas) (Jiménez-Rueda, 1991). Como se pode ver, o determinante nesse tipo de zoneamento é o conhecimento dos aspectos geológicos, bioclimáticos e físico-químicos. Em suma: ecodinâmica para definir a capacidade potencial de cada zona e/ou subzona geoambiental como apoio á tomada de decisões socioeconômicas, mediante cartas temáticas.

Já o zoneamento socioambiental, ou socioeconômico e ecológico, como é o zoneamento utilizado no Estado de Rondônia, é um instrumento de planejamento para o desenvolvimento sustentável.

O Zoneamento Socioeconômico e Ecológico é entendido como um instrumento de planejamento para o desenvolvimento regional sustentável, pois oferece, à sociedade e ao poder público, um conjunto de informações dos meios físico, biológico e socioeco-nômico, espacializadas em uma base geográfica. Nesse sentido, e~"um dos instrumentos para racionalização da ocupação dos espaços e de redirecionamento de "atividades"(Brasil, 1997).

A finalidade do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico ... e otimizar ouso do espaço e as políticas públicas"(Brasil, 1997), e não dividir o espaço territorial em zonas, embora estas sejam identificadas e classificadas pelos estudos do zoneamento.

O zoneamento é importante para orientar o poder público e a sociedade quanto ao planejamento da ocupação racional do espaço territorial e uso sustentável dos recursos naturais. Isso é possível porque o zoneamento, em seu processo de elaboração, classifica os elementos dos meios físico, biológico e socioeconômico segundo suas potencialidades e vulnerabilidades.

No plano político, serve para integrar as políticas públicas, aumentando sua eficácia. É um instrumento de negociação entre as várias esferas de governo, o setor privado e a sociedade civil, estimulando o desenvolvimento sustentável, não devendo ser apenas corretivo (Brasil, 1997).

2. Zoneamento no Estado de Rondônia - Brasil - O zoneamento surgiu em Rondônia em meados da década de 1980. em função das criticas feitas ao modelo de desenvolvimento implementado até então. As principais criticas referiam-se aos aspectos sociais e ambientais Para situar melhor essa problemática faremos um breve histórico do processo de ocupaçao recente do Estado de Rondônia.

A colonização agrícola, iniciada nos anos 70, atraiu para Rondônia milhares de migrantes. Este processo está associado á modernização no campo que ocorria nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde as tradicionais formas de cultivo do café estavam sendo substituídas por plantações mecanizadas, em larga escala, de soja, trigo, cana-de-açúcar e pecuária. Essas mudanças reduziram a necessidade de trabalhadores no campo, forçando a migração para outras regiões. inclusivo para Rondônia. A modernização no campo também acelerou o êxodo rural-urbano para as grandes metrópoles, naquelas regiões, e as regiões de fronteira eram vistas pelo poder público como uma forma de diminuir o êxodo (Rondônia. Relatório Final de Demografia, 1998).

Deve-se ressaltar os aspectos geopolíticos nesse processo, de transformar a Amazônia numa fronteira dinâmica, produtiva, inserida ao mercado. À Doutrina de Segurança Nacional, introduzida durante o regime autoritário, incluía a ocupação da Região Amazônica através da colonização agrícola.

Num plano local, contribuiu com este processo, um quadro otimista sobre a qualidade dos solos de Rondônia e sua adequação ã agricultura apresentado por alguns estudos iniciais, um quadro bem mais otimista que o que o posteriormente verificado: a descoberta de grandes reservas de mogno no Estado, cuja madeira poderia ser transportada pela BR-364 e utilizada em indústrias no Centro-Sul do pais (Rondônia, Relatório Final de Demografia. 1998).

Com o processo de colonização agrícola, iniciado na década de 1070. a taxa de crescimento populacional geométrico anual mostra um intenso crescimento tanto na década de 1970, como na de 188O, com aumento da população de aproximadamente 16,00% e 8,00%, respectivamente para o estado.

Em 1980, reconhecendo o crescimento dos problemas socloeconômicos causados pela migração acelerada, o Governo do Brasil lançou o Programa de Desenvolvimento Integrado para o Noroeste do Brasil -Polonoroeste. para as áreas de fronteira agrícola dos estados de Rondônia e Mato Grosso, O objetivo central do programa seria a conclusão e asfaltamento da BR - 364, ligando Cuiabá (MT) a Porto Veiho (RO). (Banco Mundial, 1992).

Além do asfaltamento da BR -264, outros componentes do programa incluíam a melhoria da rede de estradas secundárias alimentadoras daquela rodovia, consolidação de projetos de colonização, criação de novos projetos de assentamento rural, regularização fundiária. serviços de saúde. proteçao ambiental, apoio à comunidades indígenas e apoio é criação dos Núcleos Urbanos de Apolo Rural - NUAR.

Entretanto- mesmo com esta intervenção, havia a necessidade de promover o ordenamento da ocupação segundo critérios mais sustentáveis. Em 1986, apês a avaliação do meio-termo do programa, sugeriram-se correções dos rumos das atividades econômicas e ecológicas, tratando de torna-las mais racionais. Nesse sentido, o programa financiou os estudos para elaboração da Primeira Aproximação do Zoneamento SócioEconômico-Ecológico do Estado de Rondônia, instituída em 1988 como principal instrumento de planejamento do Estado, definindo critérios para investimentos públicos e privados, preservação de ecossistemas frágeis e/ou representativos e ordenamento do uso dos recursos naturais.

O zoneamento foi usado como o ponto de partida para uma proposta de projeto de manejo dos recursos naturais de Rondônia. Este projeto. denominado Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia - Planafloro, e a primeira iniciativa para materializar as diretrizes do zoneamento. O Planafloro e um projeto de investimentos para a conservação do meio ambiente, manejo e reforço daquelas áreas de Rondônia- que deveriam permanecer sob cobertura vegetal natural, bem como, complementar as atividades agropecuárias e florestais e apoio á implementação de infra-estrutura e serviços para estimular as atividades de produção sustentável (Banco Mundial, 1992).

2.1 A Primeira Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia, elaborada numa escala de 1:1.000.000, definiu seis zonas sócio-econômico-ecológicas, segundo as características naturais e a ocupação humana, sendo definidas conforme apresentação constante no quadro 1. Essa primeira aproximação foi instituída em 14 de junho de 1988, através do Decreto Estadual nº 3782, posteriormente ratificado pela Lei Complementar nº 052, de 20 de dezembro de 1991.

2.2.  Segunda Aproximação dc Zoneamento Socioeconômico e Ecológico - A Lei complementar 52/91 prevê no Art. 1% parágrafo segundo, a realização de aproximações sucessivas, ".. visando a adequação e o aprimoramento do Zoneamento ..-"desde que com maior grau de detalhamento dos estudos. O detalhamento veio com a Segunda Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado de Rondônia, elaborado na escala de 1:250.000, que definiu três grandes zonas para todo o Estado, com as suas respectivas subzonas, com base nos critérios apresentados a seguir. Áreas com alto nível de ocupação humana e alto potencial natural solos com boa aptidão agrícola e com baixa susceptibilidade á erosão) e o uso da floresta natural inviável pelo seu alto grau de ocupação, foram destinadas consolidação de atividades socioeconômicas subzona 1.1).

Quando apresentam médio potencial social, onde predominam a cobertura florestal naturaL em processo acelerado de ocupação humana, com conversão da floresta, aptidão agrícola predominantemente regular, vulnerabilidade natural á erosão predominantemente de baixa a média, recomenda-se a regularização fundiária, mas com controle da exploração florestal e do desmatamento (subzona 1.2).

Áreas com claro predomínio da cobertura vegetal natural, com expressivo potencial florestal, em processo de ocupação agropecuária incipiente, com conversão da cobertura vegetal naturaL geralmente não controlado, aptidão agrícola predominantemente restrita, vulnerabilidade natural á erosão predomínantemente média, recomenda-se que as atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas. mas não estimulada a sua expansão (subzona 1.3).

Áreas com estrutura fundiária definida e a infra-estrutura disponível propicia a exploração das terras, apesar das condições naturais imporem restrições ao desenvolvimento de atividades que impliquem na conversão da cobertura vegetal natural, com vulnerabilidade natural á erosão predominantemente alta, são indicadas para recuperação. Nas ãreas já desmatadas, recomenda-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de um modo geral (subzona 1.4).

Áreas onde o nível de ocupação humana é pouco expressivo ou inexpressivo, alta vulnerabilidade natural á erosão, recomenda-se que seja explorada em seu estado natural ou conservadas (zona2).

E, finalmente, as áreas institucionais, que são as áreas formadas por Unidades de Conservação e Terras Indígenas (zona 3}

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Unidades de Conservação: Patrimônio Ecológico

O Estado de Rondônia possui uma área de 23-851.280,00 ha, do qual 14,52% destina-se ás Unidades de Conservação, podendo chegar a 16,67% com a efetivação das áreas propostas.

Atualmente o Estado conta com 52 Unidades de Conservação, sendo: 23 Reservas Extrativistas (1.209.145.25 há), 03 Estações Ecológicas (192.020,37 há), 07 Parques 669.079,62 há), 04 Reservas Biológicas (629.895,60 há), 13 Florestas (756280,86 ha). 0l Reserva Particular do Patrimônio Nacional (623.24 há), 0l Área de Proteção Ambiental 6.141.00 ha).

De acordo com o Projeto Lei n0 9.985, de 18 de junho de 2000 é considerada Unidade de Conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais incluindo as águas jurisdicionais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias de proteção.

Dentro deste contexto, as Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos: 1) UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL tem por objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com ouso sustentável de parcela dos recursos naturais, ou seja, explorar o ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; e, 2) UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL têm por objetivo básico preservar a nalureza. sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, manter os ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana. Admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.

As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos Federais, Estaduais, Municipais ou de Domínio Particular, de acordo com o Decreto de criação das mesmas, possuindo o Estado: 03 (três) Unidades de Conservação Municipais. 41 (quarenta e um) Unidades de Conservação Estaduais, 07 (sete) Unidades de Conservação Federais e 01 (urna) Unidade de Conservação Particular.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC, as Categorias de Unidades do Conservação encontram-se assim conceituadas:

Estação Ecológica (proteção Integral): são unidades de conservação com amostras representativas de ecossistemas terrestres e/ou aquáticas; tendo corro objetivos básicos a preservação integral da Mota e demais atributos naturais nelas existentes, como também a realização de pesquisa científica básica e aplicada à educação;

Área do Proteção Ambiental - ARA (Uso Sustentável): é uma área em geral extensa, com um cedo grau de ocupação humana, dotada de atributos abiáticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais:

Floresta Nacional e Floresta de Rendimento Sustentado - FERS( Uso Sustentável): é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem por objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, com ênfase em métodos para a exploração sustentável do florestas nativas, a pesquisa científica, a manutenção dos recursos hídricos, a educação e o ecoturismo;

Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual RPPN (Uso Sustentável): é uma área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservara diversidade biológica.

Reservas Extrativistas - RESEX (Uso Sustentável): é uma área utilizada por populações ex4rativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no uso múltiplo dos recursos naturais, podendo praticar de forma complementar ao extrativismo, a agricultura de subsistência, sistemas agroflorestais, manejo florestal, criação de animais de pequeno porte (excepcionalmente de grande porte para subsistência); manejo de pesca e animais silvestres e prática do ecoturismo. Têm como objetivos básicos proteger os meios devida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade, a conservação da diversidade biológica e a manutenção dos recursos hidricos:

Parques Municipal/Estadual/Federal (Proteção Integral): são espaços terrestres ou aquáticos que têm como objetivos básicos a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e preservação ambiental. de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Reservas Biológicas - REBIO (Proteção Integral): são unidades de conservação destinadas á preservação integral da biota e demais atributos existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais a qualquer título, executando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e o manejo das espécies que o exijam. a fim de preservara diversidade biológica.

Rondônia, apresenta em algumas de suas Unidades de Conservação sobreposição de suas áreas, é o caso do Parque Nacional Pacaás Novos e da Reserva Biológica Guaporé que tem sobreposição com as Terras Indígenas Uru Eu Wau Wau e Massaco, respectivamente. Neste Caso, optou-se pornão calcular a área do Parque Nacional Pacaás Novos por estar totalmente sobreposta pela Terra Indígena Uru Eu Wau Wau e, considerar-mos apenas a diferença das áreas,no caso da Rebio Guaporé.

Existe hoje. no IBAMA. proposta de criação de duas RESEX (Resex Barreiro das Antas e Resex Rio Cautário). uma Estação Ecológica (Estação Ecológica Aponiã), uma Reserva Biológica (Rebio Capitari), e um Parque Nacional (Parque Nacional Serra da Cutia).

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Populações Indígenas

Estado de Rondônia possui I9 (dezenove) Terras Indígenas ou a Protegidas. Ocupando aproximadamente 20,15% da superfície territorial do Estado, o que eqüivale 4.807.250.42 ha, considerando a área total do Estado de 23.851.280,00 ha.

As Terras Indígenas não são conceituadas como uma Unidade de Conservação. Seu principal objetivo de manejo não é a proteção da diversidade biológica. As Terras Indígenas são destinadas, pelo Governo Federal, ao usufruto exclusivo das Comunidades Indígenas.

Nos dias atuais, ainda é possível encontrarem-se índios sem nenhum contato com o não-índio, é ocaso das TI. Omerê e Muqui. não contabilizadas neste documento, haja vista, as mesmas se encontrarem em Processo de interdição, podendo Ter suas áreas alteradas após o término dos estudos que vem sendo realizados.

Assim, 18 (dezoito) destas áreas estão devidamente regulamentadas. CI (uma) em fase final de regulamentação e outras 02 (duas) estão interditadas devido ã presença de índios isolados. Salienta-se que hoje nas Terras indígenas de Rondônia vivem aproximadamente 5.500 índios divididos em povos. como:

* Os Oro Vieram, Oro Waramxijein, Oro Mon. Oro Não, Oro Dao, Oro Bone, Oro Ai. Oro Eu e Oro Wari no Município de Guajará-Mirim e Nova Mamoré;

* Os Macurap, ,Jabuti, Tupari, Canoé, Arua, Massaká, Ajuru e Cujubim, na Terra indígena Rio Guaporé ou P.I. Ricardo Franco, também no Municipio de Guajará-Mirim;

* Os povos Cassupá e Salamãi no sul da Terra Indígena Karipuna no município de Porto Velho:

* Os povos Japaú, Amondawa e Oro - Win. na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, nos municípios de Seringueiras, Guajará-Mirim, São Francisco, Campo Novo, Monte Negro, Mirante da Serra e São Miguel;

* Os povos: Sakirabiar, Cuaratira, Kuratega, Piribibiar, Massaka e kampe, todos encontrados na Terra indigena Rio Mequéns, no rounicipio de Alto Paraiso:

* Os povos Aikana, kwaza, Latunde e Sabane, encontrados na Terra indígena Tubarão, no municipio de Chupinguaia;

* Os povos Suruí ou Paiter na Terra Indígena 7 de Setembro, no Município de Cacoal:

* O povo Gavião, na Terra ndígena lgarapé Lourdes. no município de Ji-Paraná:

* o povo Arara, também encontrado na Terra Indigena igarapé Lourdes. também no município de Ji-Parana:

* Os povos Karitianas e Kapivari. encontrados na Terra Indígena Karitiana, no municipio de Porto Velho;

* O povo Karipuna, encontrade na Terra indígena Karipuna, ncs município de PortoVelho e Nova Mamore;

* O povo Kaxarari, encontrado na Terra indígena Kaxarari, no municlpio de Porto Velho;

~O povo Cinta Larga, encontrados nos municípios de Espigão do Oeste e Vilhena.

Apesar das Terras Indígenas representarem 20,15% da superfície dc Estado de Rondônia. hoje elas se encontram invadidas, sobretudo as TI. Uru Eu Wau Wau, a mais prejudicada. invadida por fazendeiros, madereiros e garimpeiros; a TI. Roosevelt, invadida por madereiros e colonos e, a TI. Rio Branco invadida por madereiros.

Entidades (governamentais e não Governamentais - ONG’s), preocupadas como bem-estar dos índios, trabalham em prol de um futuro menos agressivo para as comunidades sobreviventes.

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Ecoturismo, uma vocação natural

O ecoturismo é umna atividade econômica representada pelo conjunto transações - compra e venda de serviços turisticos - efetuadas agentes econômicos do turismo. E gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se ode exercer uma atividade remunerada no local que visita.

O turismo é. na atualidade, a atividade econômica que apresenta os mais elevados índices de crescimento no contexto econômico mundial; por sua vez, o ecoturismo é o segmento do turismo que mais cresce.

ECOTURISMO - "Ecoturismo É um segmento da atividade turística que utiliza, deforma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do meio ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas’ EMBRATUR).

PÓLOS DE ECOTURISMO - São zonas que apresentam atrativos naturais e culturais de interesse turístico, tendo prioridade para investimentos do setor público e privado para o desenvolvimento da atividade ecoturística. A implantação dos pólos depende de planejamento, envolvimento das comunidades locais. conservação dos atrativos naturais e investimentos em infra estrutura. equipamentos e serviços turísticos.

PÓLOS DE ECOTURISMO EM RONDÔNIA - Os Pólos de Ecoturismo em Rondônia estão localizados ao longo e na área de abrangência dos Rios Guaporê. Mamoré, Madeira e Machado. Ai está concentrada a maioria das unidades de conservação e terras indígenas.

POTENCIALIDADES NATURAIS E CULTURAIS DOS PÔLOS -

Rondônia localiza-se na área de transição entre os ecossistemas amazônico e cerrado, apresentando áreas de pantanaL de serras e planícies. Todo esse complexo proporciona adversidade de atrativos naturais, com alto valor ecológico, alta biodiversidade. habitates naturais e espécies únicas e raras. apresentando belas paisagens com exuberantes florestas e campos naturais, rios com corredeiras, cachoeiras, proporcionando condições ao desenvolvimento de inúmeras atividades ecoturísticas tais como: a pesca esportiva. esportes na natureza camhhadas. safari fotográfico, contemplação de espécies da flora e fauna.

O Sistema de Áreas Protegidas do Estado de Rondônia é um dos pilares de sustentabilidade para o desenvolvimento do ecoturismo, pois garante a proteção dos recursos naturais e seus atrativos ecoturisticos. Rondónia possui uma rede de unidades de conservação e terras indígenas significativa e consolidada, com áreas de grande interesse ecológico e ecoturistico. com amostras de ecossistemas Amazônico. Cerrado e Pantanal do Guaporé em estado natural.

As categorias de manejo são as seguintes: 1 Parque Nacional, 3 Parques Estaduais, 3 Parques Naturais Municipais. 4 Reservas Biológicas, sendo 2 Federais e 2 Estaduais; 2 Estações Ecológicas Estaduais, 23 Reservas Extrativistas, sendo 21 Estaduais e 2 Federais; 2 Florestas Nacionais, li Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado e 18 Terras Indígenas.

Seus principais atrativos históricos culturais retratam a ocupação do território brasileiro, representada pelo Reat Forte Príncipe da Beira, situado às margens do Rio Guaporé, em Costa Marques; o compleixo da Estrada de Ferro Madeira-Mamorê. com sua construção finalizada em 1912, simbolizando um marco inicial na colonização de Rondônia na região de Porto Velho e Guajará-Mirim; as Reservas Extrativistas que asseguram a manutenção de populações tradicionais extrativistas, que vieram para a exploração dos seringais da Amazônia no inicio do século XX e continuam atualmente na atividade extrativista, tendo como base o uso sustentável dos recursos naturais; a cultura indígena representada pelos diferentes grupos indígenas que habitam Rondônia. e inúmeros sítios arqueológicos.

POLíTICAS PARA O DESENVOLVIMENTODO ECOTURISMO - Apesar do grande potencial turistico do Estado, em especial o ecoturismo, as políticas públicas para o desenvolvimento do turismo foram tinidas no passado. No entanto, tal fato vem mudando, principalmente com a busca de atividades compatíveis com o desenvolvimento sustentado da região. para geração de renda e empregos, somando-se ainda o apoio de Programas Federais do Ministério do Esporte e Turismo; da Embratur. com o Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT; e do Ministério do Meio Ambiente, com a mplementaçáo do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal - PROFOOTUR.

Recentemente, com a reforma administrativa do Estado, foi criada a Superintendência Estadual de Turismo- SETUR- RO, ôrgâo responsável pelo fomento do turismo no Estado.

As primeiras iniciativas do setor para o desenvolvimento do ecoturísmo no Estado foram a implantação do Hotel Rancho Grande, em Cacaulândia, o Hotel de Selva Pakaas Palafitas Lodge. em Guajará-Mirim, e o desenvolvimento do projeto de ecoturismo com base comunitária nas Reservas Extrativistas de Curralinho e Pedras Negras, em Costa Marques.

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Arqueologia

O potencial arqueológico Pré-histórico de Rondônia é muito significativo Apresentando variedade de culturas detectadas pelos poucos estudos realizados, porém de extrema validade e importância científica.

Os primeiros trabalhos desenvolveram-se na década de 70, pelo PRONAPABA e PRONAPA. Posteriormente, nas décadas de 80 e 90, foi instituído peio Governo o Programa de Arqueologia do Estado de Rondônia.

Por meio de um convênio com as Centrais Elétricas do Norte do Brasil 5/A -ELETRONORTE, foi realizado o salvamento Arqueológico na área da Usina Hidrelétrica de Samuel quando da formação do lago e enchimento do reservatório. Vale salientar que uma grande quantidade de sítios arqueológicos ficaram submersos.

Outros estudos do potencial arqueológico foram realizados em diversas áreas do Estado, tais como: BR-429, entre Presidente Médici a Costa Marques; mineração Massangana. no município de Monte Negro; área de garimpo do Bom Futuro, no município de Aríquemes: área da Usina Hidrelétrica Rondon, no rio Comemoração, em Pimenta Bueno. e no médio JiParaná, entre a cachoeira de Nazaré até a cidade de Ji-Paraná. Esta última área está relacíonada nos estudos de víabilidade da UHE li-Paraná, em projeto realizado pela ELETRONORTE.

No município de Ji-Paraná. nas Linhas 102,106,110 e 111, existe uma grande presença de sitios-cerimôniais, localizados mais precisamente nas margens do rio Molím.

Ao longo do Vale do Guaporé existe uma grande quantidade de sítios localizados, sendo que a maioria está sob uma vila ou sob uma ocupação recente. o Forte Príncipe da Beira, construído em meados de 1700. Encontra-se á jusante da cidade de Costa Marques. Muitas informações de cavernas com pinturas chegam através de pessoas que andaram nas áreas dos Uru-Eu-Wau-Wau.

Com a criação da SEDAM (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental) nasceu a Divisão de Arqueologia para dar suporte à Instituição.

no que se refere às leis, perante os empreendimentos que surgem no Estado. A Divisão evoluiu e. recentemente, passou a ser o Grupo de Arqueologia, e atua nas ações fiscalizadoras o protetoras do Patrimônio Cultural, efetuando o salvamento Arqueológico em casos extremos.

Os trabalhos realizados em Arqueologia, a mais de duas décadas, por mais expressivos, torna-se pequenos no universo de sítios Arqueológicos Pré-histórico Paleontológicos e sitios de belezas cenicas.

No Rio Madeira existe uma grande quantidade de material fóssil da Mega-Masto-Fauna extinta, que, no auge da exploração do ouro, foi levada à destruição ou ao contrabando. A presença de fósseis humanos á significativa. Com a criação da SEDAM, passou-se a fiscalizar melhor esta área fossílífera e coibir-se o contrabando, mesmo de forma singela.

No inicio da década de 99, foi criada a APA - Área de Proteção Ambiental do rio Madeira, com limites a jusante da cachoeira de Santo Antônio até a divisa como Estado do Amazonas. Por meio de ações fiscalizadoras pôde-se coibir a grande ação destruidora da camada fossífera que as formas de exploração do ouro causariam. Esta preservação é garantia para futuras pesquisas com instituições nacionais ou conveniadas com estrangeiros.

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